UM MAXIXE NOS EUA - A INCRÍVEL HISTÓRIA DE DENGOSO (PARTE 1): 1907-1917

Alexandre Dias 21.06.2012

Antes de Garota de Ipanema e Tico-Tico no Fubá, o primeiro sucesso brasileiro no exterior foi o maxixe Dengoso, de Ernesto Nazareth

“Uncle, auntie, sister and brother,
Love this tune, and dance to no other,
If they fail to play, someone’s sure to say,
Please play that Dengozo tune”.
(trecho de Dance that Dengozo with me 'Oo-la-la', de George L. Cobb e W. L. Beardsley, 1914)

O post de hoje apresenta os primeiros resultados de uma pesquisa em andamento há oito anos, sobre um dos fenômenos mais curiosos na obra de Ernesto Nazareth: o maxixe Dengoso.

Em 1907 foi publicado pela Casa Vieira Machado, Rio de Janeiro, mais um dentre vários maxixes, gênero musical que circulava entre as casas de partituras há exatamente uma década (embora como dança já existisse desde a década de 1870). Trazia o título singelo de Dengoso, e uma música ainda mais simples, assinada por um certo Renaud.

A julgar pelo nome, o autor certamente seria algum compositor francês, não?  Em um Rio de Janeiro francófilo, isto representaria um maior apelo para vendas. Porém Renaud era o pseudônimo de ninguém menos que Ernesto Nazareth. As evidências sobre a autoria serão detalhadas em um post futuro.

Este, que é o único maxixe na obra de Nazareth, desfrutou de um sucesso moderado no Brasil: a única edição histórica brasileira conhecida é a de 1907, e houve três gravações: pela Banda da Casa Edison em 1907 (78-RPM Odeon 40.461), pela Banda da Casa Faulhaber & Co. em 1911 (78-RPM Favorite Record 1-452.175), e pela Banda Columbia em 1912 (Columbia Record 12.041).

Sua história possivelmente teria acabado aí não fosse uma “febre musical” acontecendo há milhares de quilômetros dali, na terra do imaginário Renaud: Paris.

("The maxixe", cartão postal com ilustração de Lester Ralph)

O maxixe foi levado para Paris várias vezes, pelo menos desde 1889, quando foi cantado por Plácida dos Santos. Derminy e Paule Morly dançaram-no no Alcazar d'Été em 1905, e Rieuse e Nichette dançaram o 'maxix' no Teatro Marigny na Champs Elysées.

Geraldo Magalhães e Nina Teixeira (“Os Geraldos”) dançaram-no em Paris em 1908 e depois na Inglaterra e Espanha (lançando o tango-chula Vem cá mulata no exterior).  Nesta época dois irmãos negros, Alfredo Martins (violoncelista) e João Martins (violino), fizeram turnê pela Europa tocando músicas brasileiras e acabaram ficando em Paris, na casa noturna Guibout.

O maxixe, que no Brasil era chamado de "a mais baixa das danças", vivenciando um status de dança excomungada, estava agora vivenciando um processo de metamorfose, se afrancesando e se “civilizando” à medida em que era aceito nos salões da burguesia francesa. A procura pela dança e pela música era crescente nos salões de Paris, tendo se espalhado também por Milão, Londres, Berlim, Espanha, chegando até mesmo à Rússia, segundo a pesquisadora Micol Seigel (livro Uneven Encounters).

O turning point aconteceu quando o dançarino baiano (e ex-dentista) Antônio Lopes de Amorim Diniz, autonomeado “Duque”, e sua parceira Maria Lina se apresentaram em Paris, Londres e Berlim entre 1911 e 1912 dançando "le vrai tango brésilien", como consta nos anúncios. O sucesso da dupla foi instantâneo, resultando em diversos contratos e na inauguração do Tango Duque Cabaret na rua Fontaine.

Não tardou para que a nova dança chegasse aos EUA. O dançarino Maurice Mouvet afirma em seu livro The tango and the new dances for ballroom and home que ele e Miss Walton foram os primeiros a dançar o maxixe em Nova Iorque na primavera de 1913.

A partir desse ponto, o maxixe passou a ser uma dance craze nos EUA e Europa (entre 1913 e 1915), e todas as atenções pareciam estar voltadas para essa dança tropical cujo nome era de difícil pronúncia. O epicentro foi o ano de 1914, em que havia maxixes brasileiros e estrangeiros sendo publicados pelas principais casas editorais, todos os livros de dança explicando em detalhe seus passos, dezenas de gravações sendo feitas, e diversas bandas tocando-o para incansáveis pares dançantes nos EUA e Europa.

O maxixe em questão? Principalmente Dengoso, de Nazareth.

Filmagem rara do casal Castle dançando o maxixe em 1915.

No entanto, Dengoso não foi o único maxixe autêntico brasileiro publicado nesta época na França e nos EUA.

Além do Gaúcho, de Chiquinha Gonzaga, publicado na França em 1914 por Francis Salabert, vemos em 1913 o tango Amapá, de Juca Storoni (pseudônimo do maestro Costa Júnior) publicado em Nova Iorque como “le vrai tango bresilien”, o tango-chula Vem cá Mulata, de Arquimedes de Oliveira e Bastos Tigre, sucesso do carnaval de 1906, foi publicado em 1913 em Paris com arranjo de Francis Salabert, sem menção aos autores originais, intitulado “La célèbre et véritable maxixe brésilienne” ou "Creole girl", e o próprio Brejeiro chegou a ser publicado e gravado nos EUA em 1914 com o sub-título de Rio Brazilian Maxixe.

Paralelamente, diversos compositores populares americanos e europeus passaram a publicar peças sub-tituladas maxixes (ou mattchiches), aproveitando a tendência que se revelava, mas cuja essência musical pouco tinha a ver com as características do maxixe brasileiro.

Porém o número de edições e gravações que Dengoso recebeu ultrapassa em pelo menos uma ordem de grandeza a de qualquer outro maxixe da época, e possivelmente qualquer música brasileira da primeira metade do século XX no exterior. Na verdade, quando se falava em maxixe em 1914, a melodia que provavelmente vinha primeiro à mente era o Dengoso, fosse nos EUA ou em Paris.

Abaixo vamos conhecer algumas das principais edições que recebeu, e suas capas.

1907 Vieira Machado. Rio de Janeiro.

Coleção ‘Novidades Musicais’. Primeira e única edição brasileira durante os 100 anos seguintes.

Estas foram as edições estrangeiras mais antigas que encontrei, e são primeiras a conterem a autoria creditada a Nazareth. As três são americanas, porém os dizeres no topo de uma delas, que já a anuncia como um sucesso internacional, sugerem que tenham existido edições anteriores, possivelmente francesas. 

1913 Forster Music Publisher, Chicago
Dengozo, maxixe tango. "International Dance Craze".

1913 Jerome H. Remick & Co  The Star Dance Folio, No.14
Compilado e editado por J. Bodewalt Lampe
Álbum com os maiores sucessos de 1913, incluindo maxixes, one steps, tangos, rags, trots valsa hesitação e valsa Boston, dentre outros.
Arranjo de Ribé Danmark. O nome de Nazareth também é creditado.
A editora Jerome H. Remick & Co publicou diversos maxixes de compositores americanos, além do Brejeiro, de Nazareth.

1913. Forster music publishers. Chicago.
Dengozo, maxixe tango by Ernesto Nazareth,
Arranjo de J. Stanley Royce para piano
Dengozo, maxixe tango

Em 1913 a Pahté Dance Orchestra gravou na França o Dengoso no 80-RPM “'vertical cut disc” Pathé 65079 (B.8016). Se a data estiver correta, esta é a primeira gravação do maxixe nazarethiano em território internacional, e indicaria a existência de uma edição francesa em 1913, embora eu não a tenha encontrado.

De qualquer forma, 1913 foi o ano em que Dengoso fez sua estreia internacional. Paradoxalmente, estas duas edições são as primeiras a explicitarem o nome de Ernesto Nazareth (sem uso do pseudônimo).

Seja quem tenha levado esta partitura para a França e EUA, esta pessoa sabia que a autoria era de Nazareth.

Uma possível pista é a informação que Mario de Andrade nos dá no livro Música Doce Música, ao afirmar que enviara maxixes, sambas e canções de Ernesto Nazareth e Marcello Tupynambá para amigos nos EUA, França e Alemanha, embora não especifique quando.

Depois, logo em janeiro do ano seguinte, seguiram novas edições, sendo uma delas para orquestra:

10/01/1914 G. Schirmer, New York. arranjo de D. Savino para orquestra

14/10/1914 e 17/10/1914. G. Schirmer, New York. Dengozo; Brazilian maxixe-tango, Arranjado e editado por G. J. S. White, para piano

Em março surgiu a primeira edição francesa conhecida, em arranjo também para orquestra.

7/03/1914; 08/03/1914 Francis Salabert, Paris.
Dengozo ; "célébre maxixe brésilienne d'Ernesto Nazareth", arranjo de Francis Salabert, para orquestra com piano

O editor alemão Francis Salabert possuía uma casa editorial na França, de grande sucesso, e publicou diversos maxixes na França. No mesmo ano publicou uma edição para piano solo do Dengoso exibindo na capa um gaúcho montado em um cavalo. Além de ser referida como la célèbre maxixe brésilienne, no topo da partitura lê-se em francês: “Eis a melodia obcecante que você cantarola sem parar!”, indicando que a música já era um sucesso em Paris.

Nas páginas finais desta edição vemos uma longa lista de Les succès à la mode, que incluem, além de Dengoso, o Brejeiro de Nazareth, e o Gaúcho de Chiquinha Gonzaga, também anunciado como célèbre maxixe brésilienne e com a autoria corretamente creditada.

1914, Editions Edouard Salabert (Francis Salabert), Paris

De volta a Nova Iorque, houve novas edições em abril, maio, junho, julho e agosto:

20/04/1914. Will Wood, New York.
Dengozo – Brazilian Maxixe Tango “The latest european-american craze”
Também publicou o Brejeiro em 1914


Em muitas edições, Dengoso era referenciado como “Parisian maxixe”, indicando possivelmente que percorreu o caminho da França para os EUA.

23/04/1914; 17/07/1914 Carl Fischer, New York.
Dengozo; Parisian maxixe
Arranjo de M. L. Lake para orquestra

29/04/1914; 17/07/1914 Carl Fischer, New York.
Dengozo; Parisian maxixe
Arranjo de M. L. Lake para banda miliar.

18/05/1914, 29/05/1914. Church, Paxson & Co., New York.
Arranjo de Wm. Conrad
Dengozo, maxixe, "New dance craze featured by the masters of modern society dances. By E. Nazareth"


 

09/06/1914; 10/06/1914 Leo Feist
Dengozo ; la mattchiche Parisienne
maxixe by E. Nazareth, arr. de W. H. Mackie para orquestra.
Esta editor também publicou o Brejeiro

30/jun/1914; 2/jul/1914 Forster music publishers. Chicago.
Dengozo, maxixe tango by Ernesto Nazareth,
Arranjo de J. Stanley Royce para piano

06/06/1914; 30/11/1914. Carl Fischer, New York
Dengozo; parisian maxixe, by E. Nazareth, arranjo de Louis Tocaben para orquestra de bandolins com solo de banjo

16/07/1914 Maryland music pub. co. H. Federoff, Baltimore.
Dengozo; flirtation, maxixe-tango com autoria creditado a Cy Alkins (possivelmente a primeira vez em que Nazareth deixa de ser creditado)

Uma versão com letra logo apareceu:

13/08/1914 Jos. W. Stern & co.. New York.
Ta-da-dee — ta-da-dum; parisian maxixe dengozo, lyrics by Clare Kummer, music by E. Nazareth.

29/10/1914 Theo. Presser co., Philadelphia.
Dengozo ; maxixe by Ernesto Nazareth ;
Arranjo de W. P. Mero para piano.
Também lançado no álbum "Terpsichore piano pieces in dance form"

Já no ano de 1914, houve pelo menos 26 edições do Dengoso, e 13 gravações, sendo a maioria nos EUA. As gravações eram quase sempre tocadas por bandas, por vezes utilizando castanholas. Na seção discografia você poderá ouvir a maioria delas.

Algumas das capas de partituras ilustravam famosos casais de dançarinos, que divulgavam o maxixe em suas apresentações.

1914. Maurice Richmond Music Co., NYC.
"The latest European-American craze. Dengozo, the famous Parisian maxixe by Ernesto Nazareth. As featured by - Joan Sawyer & John Jarrott"


1914. Jos. W. Stern 
Dengozo, parisian maxixe
"New dance craze featured by the masters of modern society dancers. By E. Nazareth."
"Originally introduced at the Palais de Danse by Delirio and Luis"
Foto na capa: " ‘La France’, assisted by Mr. Howell Benham “
Arranjo de Carey Morgan para piano

 

1914  J.W. Stern & Co., New York

Álbum "The Mark Stern latest society dance folio : for piano, containing the latest collection of foreign and American dance successes". Contém "Dengozo: Parisian Maxixe", arranjado por Carey Morgan. e Bregeiro : Rio Brazilian maxixe : tango brésiliene, arranjado por Wm. Penn 

1914  J.W. Stern & Co., New York

Arranjo de  Wm. M. Redfield. Para orquestra

1914. Joseph W. Stern of Chicago, New York, and London .
Álbum Castle Society Dance Folio, contendo músicas para diversos tipos de dança executadas pelo famoso casal Vernon e Irene Castle, incluindo Dengoso e Brejeiro.

1914 Academic Music Co., New York
Álbum "Palais de Dance "Society Dance Folio"
Dengoso consta como "Argentine maxixe-tango", em arranjo de C.S. Fowler.

"Society’s Favorire Dance Album for the Latest Dance Crazes. Containing One-Steps, Hesitations, Valse Bostons, Tangoes, Trots, Maxixes"

 

1914 Jerome H. Remick & Co. New York, Detroit.
"Dengozo, maxixe tango. Ernesto Nazareth
Musica Creole. The most famous South American Dances for piano
Popular edition"
Arranjo de Ribé Danmark
Essa editora também publicou o Brejeiro em 1914

 

1914. A.J. Stasny Music Co. New York and Cleveland.
"Dengozo, Brazilian maxixe by E. Nazareth"
Capa de E.H. Pfeiffer

1914 Popular Music Pub Co. Philadelphia.
"Dengozo, maxixe by Ernesto Nazareth"
Arranjo de Arthur Lange para piano

De junho a setembro de 1914 o Dengoso passou a ser ouvido no teatro de revista em dois atos The Passing Show of 1914, encenado no teatro Winter Garden, Nova Iorque. Seu título foi alterado para Brazilian max-cheese, com letra da cantora Muriel Window. O nome de Nazareth é creditado corretamente na partitura.

(1914 provavelmente) Jerome H. Remick & Co.
Brazilian max-cheese
“As sung by Muriel Window in the Passing show of 1914 at the Winter Garden, New York City”

O musical continha 8 números, e aparentemente Dengoso era o primeiro:

1. Brazilian max-cheese
2. Eagle rock
3. Good old levee days
4. itty Mac Kay
5. The Moving picture glide
6. Out in Frisco town
7. That bohemian rag
8. You're just a little bit better (than the one I thought was best)

Para ler um trecho da letra, clique aqui.

1914 G. Schirmer . New York
Arranjo de R. E. Hildreth para orquestra

1914 Philadelphia PA : Popular Music
Álbum "Dancing School Folio Dances for All Nations", contendo o Dengoso.

1914. Shapiro, Bernstein & Co., Inc, 

Álbum “Gem Dance Folio for 1915”, contendo Dengoso

Outro fato interessante foi a inclusão do "Dengozo (Brazilian maxixe-tango)" no álbum "The Family Music Book”, uma coleção de 252 músicas com cerca de 800 páginas.

1914, 1924 e 1957 G. Schirmer, New York. e The Boston music Co., Boston
Álbum “The Family music book”

Funcionando como uma espécie de índice de todo este sucesso, vemos quatro paródias, publicadas todas em 1914. Todas atestam que Dengoso era uma música extremamente popular, presente no senso comum da família americana.

1914. Dance that Dengozo With me ‘Oo-La-La’, de George L. Cobb e W. L. Beardsley. Will Rossiter, Chicago 

Para ler a letra, clique aqui.

 

28/07/1914; 29/07/2914; 01/09/1914; 02/09/1914. That Wonderful Dengoza Strain, one step de Abner Greenberg e Wiliam Jerome. Jerome H. Remick & co.. New York.

Foi gravada em julho de 1914

Para ler um trecho da letra, clique aqui.



1914. Tia-da-da Tia-da-da My Croony Melody, de E. Ray Goetz e Joe Goodwin; Waterson, Berlin & Snyder, New York
"Adapted from the popular Maxixe"
Arranjo de William Schulz.

Foi gravada três vezes em 1914.

Para ler a letra, clique aqui.

 

1914. The Violin My Great Grand-Daddy Made, de Ernie Erdman e Roger Lewis. Leo Feist, New York

Em certo trecho da música, o Dengoso é mencionado na letra e na música.

Para ler a letra, clique aqui.


Após o surto de edições de 1914, encontramos apenas algumas poucas novas edições nos anos seguintes:

1915.Theo. Presser
Álbum “20th century dance album : music for the modern ball room ; for the pianoforte". Contém "Maxixe: Dengozo / Ernesto Nazareth"

1916. Jos W. Stern & Co., New York.
"Dengozo, parisian maxixe
New dance craze featured by the masters of modern society dances
By Ernesto Nazareth, originally introduced at the Palais de Danse by Delirio and Luis"
 

1915 ou 1916 McKinley Music Co.Co, Chicago , New York
"Dengozo, Brazilian maxixe. By Ernesto Nazareth"


1917. D. Appleton & Co. New York.
Álbum “Dance Music the Whole World Plays”
Compilado e editado por Albert E. Wier
Número 11 da "Whole World Series"
Na categoria 'Modern dances', contém “Dengoza - Maxixe – Nazareth” em arranjo de Eugene Platzmann

Até 1923 haveria mais pelo menos 7 novas gravações, porém cada vez mais espaçadas.

Após o breve e gigantesco sucesso em 1914, o maxixe deixou de ser moda, e os casais agora estavam em busca de outros gêneros para dançar. O mercado de partituras voltou sua atenção para outros temas “exóticos” como o Havaí e o Egito, e, como ressalta a pesquisadora Micol Seigel (no livro Uneven Encounters), hoje o maxixe praticamente desapareceu da memória americana, embora tenha influenciado de maneira importante o jazz que se consolidava na época.

O maxixe Dengoso recebeu pelo menos 31 edições diferentes e 16 gravações entre os anos 1913 e 1917, um número extraordinariamente alto para quaisquer padrões.

Uma das principais dúvidas que permanecem é se Nazareth, então no seu auge como compositor e pianista, fazia ideia do sucesso retumbante que sua música estava tendo nos EUA e França. Infelizmente é muito provável que os royalties não tenham sido repassados para ele, e que ele não tenha tomado conhecimento deste breve fenômeno.

Isto poderia parecer o fim da história, mas por incrível que pareça, 25 anos depois, Dengoso voltaria sob uma nova roupagem, e desfrutaria de um sucesso ainda maior entre as big bands americanas. Trataremos deste assunto no próximo post.
 

TAGS História, Obras

COMENTÁRIOS

Edgar Duvivier - 29.06.2012

Nazareth merece.

Muito boa pesquisa Alexandre. Cresci ouvindo minha mãe tocar Nazareth, mas confesso que não me lembrava desse maxixe

Selwyn Maduro - 28.06.2012

Excellent site

LS Excellent site It is a privilege for music lovers especially Ernesto Nazareth music lovers to have access to this web site. Keep up the good work in honor of this great artist. Selwyn Maduro

Maria Teresa Fernandes - 24.06.2012

Muito antes de Michel Teló...

Veja só como são as coisas, Alexandre. Num momento em que "pérolas" do cancioneiro popular caem no gosto de mortais de tantos países mundo afora (graças à mãozinha de uma mídia poderosa) imagine quão maior e mais importante foi o sucesso de Dengoso a partir de 1914, sem essas ferramentas contemporâneas... Bela surpresa saber de toda essa história lendo sua competente pesquisa no site em homenagem aos 150 anos do mestre Nazareth. Fiquei encantada, também, com a performance de Fred Astaire e Ginger Rogers no nosso maxixe, a dança excomungada por aqui. Claro que tudo deve virar livro, não, Alexandre? Parabéns.

Rogerio Budasz - 23.06.2012

Caí da cadeira!

Que trabalho fantástico, parabéns!

prof. Dr. Marcelo Macedo Cazarré (ufpel) - 23.06.2012

Pesquisa fantástica

achei sua pesquisa maravilhosa fiz minha tese de doutorado sobre arthur Napoleão e parece que ele foi o primeiro a publicar Nazareth e Chiquinha Gonzaga que era sua aluna. me interessou muita a edição de dengozo em que aparece um gaúcho do século dezenove na capa, um gaúcho daqui do RS por causa da vestimenta, se tiveres interesse posso te falar mais sobre aspectos do traje, enfim é uma descoberta maravilhosa e acho que vc deveria fazer um livro com cd junto, gostaria de saber onde conseguir esta partitura para piano, pois sou pianista e coordeno a Musicoteca da UFPel que possui o maior acervo de partituras para piano do interior do RS e creio que não há temos o dengozo, um grande abraço e entre em contato se puderes.

Gleison Juliano Wojciekowski - 22.06.2012

Parabéns.

Maravilhosa pesquisa. Quando sai o livro.

Luci Gonçalves Saigg - 22.06.2012

"Dengoso"

Alexandre. Realmente você está de parabéns. Só tenho a agradecer por conhecer uma parte tão rica da história da nossa música e que, infelizmente, é desconhecida pela maioria de nós brasileiros. Grande abraço, Luci

Georges Frederic Mirault Pinto - 22.06.2012

Muito bom!

Excelente pesquisa. Abordagem muito completa e abrangente. Como sempre: nota 10! Parabéns!!!

Gilson Prior Micelli - 22.06.2012

Muito Bom!

Parabéns Alexandre! Ótima pesquisa! Ernesto e Chiquinha , tão talentosos ... merecem nossa reverência sempre! grande abraço!

Dib Franciss - 22.06.2012

Incrível !

Estou impressionado com o histórico "surto" do Dengozo! E olha que nem havia a internet para dar "aquela forcinha". Esse caso prova mais uma vez que quando uma determinada obra cai no gosto popular não há nada que a segure. Modernamente assistimos atônitos ao "Ai se eu te pego" do famigerado Michel Teló ser cantado no mundo todo, e ganhar traduções até mesmo (!!) para o húngaro, como explicar? Felizmente que Nazareth está bem distante do MT. Parabéns pela brilhante pesquisa, Alexandre.

Caito Marcondes - 22.06.2012

Genial!

Estupenda pesquisa, Alexandre! Com tanto material sobre Nazareth quando teremos o livro? Abraços

Ricardo Tacuchian - 22.06.2012

Belíssima pesquisa. Mostra como o artista se escondia atrás de um pseudônimo (por se tratar de uma dança condenada, em seu país) mas era exposto, no exterior, sem nenhum problema. Ainda mais, a ambiguidade da nomenclatura (maxixe-tango) mostra que estes dois gêneros eram a mesma coisa, sendo que tango (nas peças para piano) era mais platável para as meninas da sociedade que, assim, podiam tocdar uma música que, mudando de nome, deixava de ser "maldita". Parabéns!

Eduardo Russo - 22.06.2012

Parabens ao pianista e pesquisador

Caro Alexandre Parabens ao seu trabalho de pesquisador e divulgador de Música da melhor qualidade. Acessando o arquivo da Biblioteca do Senado Americano eu encontrei uma versão deste maxixe; vc. tambem poderá encontrar outras musicas brasileiras. Desejo à vc muito sucesso e reconhecimento ao seu trabalho.

Martha Ulhôa - 22.06.2012

Max-cheexe Dengoso

Excelente documentação. Se houve tantas partituras não há como negar o sucesso da dança... Parabéns! Ab. Mt.

André Pédico - 22.06.2012

Interessantíssimo!!!

Fiquei demais impressionado com a pesquisa! Jamais poderia imaginar que essa peça tinha ido tão longe... as capas das partituras são interessantíssimas! Parabéns pelo trabalho de detetive, Alexandre!

Marilia Giller - 22.06.2012

Parabens

Alexandre, que informações incriveis , parabens pelo trabalho e pesquisa. Uma relíquia. Obrigada sempre. Magiller

maria emilia - 22.06.2012

Dengoso exportação

Muito interessante sua pesquisa Alexandre, obrigada por nos apresenta-la. Dengoso alcançou tanto Paris quanto os EUA e o maxixe virou febre mundial! Parabéns!!!!!

Mara Dias - 22.06.2012

Agregação de valor ao produto Dengoso

Alexandre lendo sua vasta pesquisa em relação ao Dengoso quero lhe dar os parabéns. Vc agregou valor a essa preciosa partitura. Espero que Nazareth tenha falecido conhecendo pelo menos 1/3 de seu sucesso no exterior. Sua pesquisa muito contribui para o conhecimento da nossa valorosa musica brasileira e suas deliciosas e cândidas variações e traduções como de maxixes para max- cheese. Aprendi bastante. Parabéns. Continue assim. Estou ávida para ler os próximos posts. Obrigada.

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