COMPOSIÇÃO
1913 (Circa)
1ª PUBLICAÇÃO
1913
Eponina, valsa publicada em 1913 pela Casa Vieira Machado, e dedicada "ao distinto amigo Virgílio Werneck Corrêa e Castro". É das valsas mais famosas de Nazareth, juntamente com Confidências e Coração que sente. Até 2012 recebeu pelo menos 38 gravações. Em algumas edições aparece erroneamente grafada como Epônina.
A pessoa que inspirou o título da valsa era Eponina Guimarães de Menezes, filha de coronel, nascida em 1885 e dotada de rara beleza. Sua única filha, Maria da Conceição Guimarães de Menezes, em depoimento ao biógrafo Luiz Antonio de Almeida, relatou: "- Eu conheci o Ernesto Nazareth, porque ele era professor de piano de uma vizinha (à Rua Visconde do Rio Branco, centro de Niterói) e muito amiga: Phoebe Carvalho. [Em uma ocasião, o Dr. Alfredo Bahiense, pertencente a uma ilustre família em Niterói nos contou:] 'eu entrei na casa do Nazareth e ele estava no piano tocando uma valsa muito bonita, e ele perguntou: ‘ - O que é que você acha dessa música... É bonita essa valsa?...’ Ah! (respondeu Bahiense) Muito bonita... estou gostando muito... E, aí, o Nazareth disse: ‘ - Bahiense, eu me inspirei nessa valsa vendo uma das moças que eu acho a mais bonita que já vi na minha vida, e dei o nome dela, Eponina, a filha do coronel Guimarães!...’(...) pelo amor de Deus, isso que eu estou revelando a você, essa empolgação, essa admiração pela beleza da Eponina, eu quero que você não conte a ninguém... Segredo absoluto!... Porque eu tenho muito receio que o coronel Guimarães se ofenda d’eu me inspirar na beleza da filha dele!...”. Quando perguntado pelo Dr. Bahiense se não iria dedicar esta valsa à Eponina, Nazareth disse "Deus me livre!". Maria da Conceição complementou: "Meu avô era um político da cidade (de Niterói), era Presidente da Câmara. Meu avô foi um homem que morreu no Palácio do Ingá, como Presidente do Estado... Era uma pessoa ilustre, tinha aquela filha única, muito bonita, não havia príncipe encantado que pudesse chegar à janela da minha família.". Essa história só foi revelada pelo Dr. Bahiense após a morte de Ernesto Nazareth, por ocasião de uma transmissão de rádio em que a valsa estava sendo interpretada. Quando soube do segredo guardado por tantos anos, a própria Eponina ficou muito envaidecida, posto que Nazareth já era admirado como grande compositor.