AS MÚSICAS QUE NAZARETH NÃO COMPÔS

Alexandre Dias 09.04.2012

Ernesto Nazareth deixou-nos 211 peças ao longo de seus 71 anos de vida. Mas será que ele teria composto mais caso tivesse a chance? E como seriam essas peças?

Em seus guardados (vindos da coleção de Luiz Antonio de Almeida), encontra-se um documento curioso que pode nos fornecer um pequeno vislumbre de como funcionava a criatividade de Nazareth. Trata-se de uma listagem manuscrita contendo 24 "nomes para baptismo de um tango":

Fervoroso
Festivo
Fidalgal
Fluente
Fragrância
Galhardo
Atraente
Encantador (marcado com um x)
Dardejante
Esperto
Cristalino
Extremado
Faceiro
Faísca
Pitoresco
Cintilante
Poético
Precioso
Precipício
Soberbo
Selvagem
Sensível
Sôfrego
Sombrio

De todos esses títulos, apenas Encantador chegou a ser utilizado pelo compositor. É interessante notar a predominância de adjetivos, como aliás é o caso da maioria dos títulos de suas peças. Curiosamente também, há dois títulos que já haviam sido utilizados por Chiquinha Gonzaga: Atraente e Faceiro.

Só nos resta imaginar como teria soado o lirismo de Poético, as oitavas impetuosas de Dardejante, ou as melodias maliciosas de Esperto, todas elas pérolas que não existram.

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