ÊXTASE

COMPOSIÇÃO

1921 (Circa)

1ª PUBLICAÇÃO

1926

Êxtase, romance composto em 1921 ou antes e publicado pela Casa Campassi & Camin em 1926, sendo o único caso na obra de Nazareth em que o autor fez, além da versão para piano solo, uma versão para piano, violino e canto (também publicada em 1926). As duas versões possuem dedicatórias diferentes:

- Canto, piano e violino, “dedicada à culta Pauliceia, como prova de gratidão. Maio de 1926“, e letra de Frederico Mariath da Silva Souto, filho da pianista e compositora Alzira Mariath, que era amiga de Ernesto há mais de 30 anos;

- Piano solo, “dedicada à Exma. Sra. D. Ambrosina da Motta Rezende, como prova de gratidão e alta estima".

Enquanto a versão para piano solo de Êxtase permanece inédita em gravação comercial até 2012, a versão para trio foi gravada por Vicente Celestino, acompanhado por piano e violino (Odeon 10.195-a e 10.195-b). Uma curiosidade a respeito dessa gravação é elucidada pelo pelo biógrafo Antônio de Almeida: “Convém atentarmos ao fato de que Êxtase Cuiubinha (A voz do amor) foram gravadas pelos dois mais importantes cantores da época: Vicente Celestino (1894-1968) e Francisco Alves (1898-1952), respectivamente. Em Êxtase, por causa da longa duração, adotou-se expediente raro na história da nossa discografia: Vicente canta a primeira parte em um lado do disco e a segunda no outro.”

A versão para piano solo integrava o repertório de Nazareth, que a executou em pelo menos treza recitais entre os anos de 1921 e 1932 em São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, quase sempre iniciando o recital com este romance.

Há também uma matéria da Gazeta de Notícias de 27 de maio de 1907 que anuncia um programa de recital em que Nazareth tocou uma composição sua chamada "Extra", em conjunto com sua Polonesa. É possível que se tratasse do romance Êxtase, que Nazareth costumava tocar em conjunto com a Polonesa nos recitais da década de 1920. Neste caso, a data de composição da peça seria muito anteior à de sua publicação: 1907.

Letra de Frederico Mariath

1ª Parte

Tu és a minha vida, querida, querida!
Tu és o meu amor. Oh flor, oh minha flor!
Num beijo assaz ardente,
teu lábio frio, gemente,
implora um doce amor, ao Sol, ao Criador.

2ª Parte

Bem junto a ti meu peito estala
Minh'alma trêmula se embala
Meu coração cheio de amor sob o azul de um céu ditoso
se eterniza em intenso e grande ardor
E em acordes tão divinos
de harpas sentidas, violinos
entoam preces maviosas
de sedução e de paixão.

3ª Parte
Nos lábios teus em flor
Onde habita o amor
meu beijo se alcandora, nesta canção sonora
que esplende de fervor
E aos céus subindo ansioso
de um gozo esplendoroso
invoca ao Criador
O teu sublime amor, o teu o sublime amor

1ª Parte (para finalizar)
Em êxtase profundo, no mundo, no mundo
Tu vives a cismar, a amar, a amar,
E após tanta candura, tanto afeto e carinho,
no seio teu de arminho… Amor… Amor.
No seio teu de arminho… Amor… Amor..