COMPOSIÇÃO
1922
1ª PUBLICAÇÃO
1922
1922, tango brasileiro publicado no mesmo ano por E. Bevilacqua & Cia., dedicado "à Mocidade". Faz parte de um conjunto de peças com inspiração carnavalesca composto por Nazareth no final da década de 10 e início da década de 20: Suculento (tango carnavalesco, 1919), Jacaré (tango carnavalesco, 1921), Fora dos eixos (tango carnavalesco, 1922), Tudo sobe!… (tango carnavalesco, 1923), Mariazinha Sentada na Pedra!… (samba carnavalesco), Ameno Resedá (polca dedicada ao rancho carnavalesco de mesmo nome, 1913), e Exuberante (marcha carnavalesca),
Seu manuscrito apresenta o gênero "samba – para o carnaval", que na edição impressa passou para tango brasileiro, um caso raro contrário à tendência editorial na década de 1920 de se eliminar a palavra tango das músicas e substituí-la seja por choro, samba ou outros gêneros mais em voga nesta época.
Até 2012 recebeu apenas uma gravação comercial.
O ano de 1922 foi repleto de acontecimentos históricos. No dia 7 de setembro, durante a exposição em do Centenário da Independência, foi realizada a primeira transmissão de rádio no Brasil. Em fevereiro foi realizada a famosa Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, com artistas como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Heitor Villa-Lobos e Guiomar Novaes, que viriam a revolucionar as correntes artísticas no Brasil. E em julho houve o levante do exército contra o governo, que resultou na Revolta dos Dezoito do Forte de Copacabana, e que inspirou Nazareth a compor uma marcha heróica.
Como Nazareth teria reagido a este ano emblemático para a cultura brasileira, que apontava tanto para o futuro, através da semana de 22, como para o passado, através do centenário da independência? Muito sintomático é o tango brasileiro O futurista (1922), em que Nazareth explora de modo extensivo diversas dissonâncias, com a dupla função de criticar as novas tendências futuristas da época, e de mostrar que uma peça ‘nazarethiana’ com dissonâncias não é um contra-senso.
Já o tango 1922 pertence à outra face da moeda, em que Nazareth volta a se banhar puramente no espírito popular, com uma peça originalmente dedicada ao Carnaval. Talvez até mesmo tivesse sido feito para ser cantada pelos foliões, porém esta idéia foi interrompida ao se trocar seu gênero para “tango brasileiro”. Dessa forma ela não recebeu letra como as outras músicas carnavalescas.
