OS ARRANJOS DE RADAMÉS GNATTALI PARA DOIS PIANOS

Alexandre Dias 31.03.2015

É com satisfação que anunciamos a disponibilização para download gratuito dos arranjos para dois pianos que Radamés Gnattali fez de 18 músicas de Ernesto Nazareth, em versão inédita editorada e revisada. O texto a seguir contará a história destes arranjos.

Ameno Resedá, polca Grade Piano 1 Piano 2

Batuque, tango característico Grade Piano 1 Piano 2

Carioca, tango brasileiro Grade Piano 1 Piano 2

Confidências, valsa Grade Piano 1 Piano 2

Digo, tango característico Grade Piano 1 Piano 2

Elegantíssima e Apanhei-te cavaquinho, valsa-capricho e polca Grade Piano 1 Piano 2

Elétrica, valsa rápida Grade Piano 1 Piano 2

Fidalga, valsa lenta Grade Piano 1 Piano 2

Fon-fon!, tango brasileiro Grade Piano 1 Piano 2

Gotas de ouro, valsa Grade Piano 1 Piano 2

Improviso, estudo para concerto Grade Piano 1 Piano 2

Labirinto, tango brasileiro Grade Piano 1 Piano 2

Matuto, tango brasileiro Grade Piano 1 Piano 2

Nenê, tango brasileiro Grade Píano 1 Piano 2

Odeon, tango brasileiro Grade Piano 1 Piano 2

Pairando, tango brasileiro Grade Piano 1 Piano 2

Vitorioso, tango brasileiro Grade Piano 1 Piano 2

(Obs. "Apanhei-te cavaquinho" está junto com a valsa "Elegantíssima", fazendo parte de um só arranjo. Todos os arranjos também estão disponíveis na página específica de cada música na seção Obras)

 

Nascido em 1906 em Porto Alegre, Radamés Gnattali é reconhecido como um dos maiores compositores brasileiros. Sua vasta obra passa com facilidade pelo popular e erudito, incluindo peças para as mais diversas formações instrumentais.

Além de pianista virtuoso, que iniciou tocando peças de concerto como a Sonata de Liszt e o concerto de Tchaikovsky, Radamés foi um dos grandes arranjadores do Brasil, contratado como pela Rádio Nacional de 1936 até a década de 1960, e depois pela TV Excelsior e TV Globo. Neste período, chegava a fazer nove arranjos por semana, em geral para orquestra a ser regida por ele, resultando em centenas de arranjos de músicas populares. A riqueza das músicas populares com que entrava em contato para realizar os arranjos acabava por influenciar também sua atividade como compositor erudito, servindo de base para as incontáveis citações e transfigurações que fazia em sua obra de concerto, com imensa maestria.

Desde muito cedo, ainda no Rio Grande do Sul, Radamés entrou em contato com a obra de Ernesto Nazareth, que viria a influenciá-lo por toda sua vida.

Segundo o próprio Radamés:

“Até uns dezoito anos, meu pai comprava tudo de Villa-Lobos e me dava. Comecei a tocar Nazareth porque existiam partituras impressas. Não ouvia, tocava, pois naquele tempo não havia ainda vitrola, rádio, nada. Estudei nove anos de piano, querendo assimilar Bach, Beethoven, Schumann, Chopin ...”. (livro “Radamés Gnattali”, de  Aluísio Didier, 1996).

Quando se mudou para o Rio de Janeiro na década de 1920, Radamés pôde ouvir o próprio Nazareth em pessoa:

“Foi em 1925 ou 26, no Cinema Odeon, na Rio Branco esquina com Sete de Setembro. Eu vinha andando pela avenida e ouvi um som de piano. Era o Nazareth tocando e eu já conhecia as músicas dele. Nazareth tocava num piano de armário em cima de um estrado, perto de umas cadeiras de veludo, atrás de uma parede de vidro na sala de espera. Toquei várias vezes pra ele. Rui Barbosa ia muito lá, comprava entrada e sentava só pra ouvir Nazareth. Mais tarde, saiu do cinema e foi tocar na Galeria Cruzeiro, vocês se lembram da Galeria Cruzeiro? Ele odiava que dançassem a música dele, tinha pavor, achava que sua música não era feita para dançar. Nazareth era muito influenciado por Chopin e escrevia para todas as tonalidades. Um excelente pianista, muito bom, pianeiro nada.” (idem).

O biógrafo Luiz Antonio de Almeida chama a atenção para o fato de que nesta época Nazareth já não trabalhava mais no Cinema Odeon. Em uma entrevista realizada com Radamés por telefone, este lhe forneceu detalhes mais precisos:

“Não, não foi no cinema Odeon que eu o conheci. Isso aconteceu logo que cheguei no Rio, em 1924. Passeando pela Avenida Rio Branco, eu o vi tocando em uma casa de música, a Casa Stephen, na Galeria Cruzeiro, onde hoje se encontra o edifício Avenida Central, próximo ao prédio da Caixa Econômica. Da rua, mesmo, eu ouvia o Nazareth tocando, mas nunca fui falar com ele. Eu era muito jovem e tímido...” (entrevista de Radamés Gnattali concedida a Luiz Antonio de Almeida.  Rio de Janeiro, sem data).

O colecionador Sandor Buys possui um álbum encadernado com 17 partituras de Ernesto Nazareth, verdadeira relíquia, que pertenceu ao Radamés e à Aída, com a assinatura de ambos, e datado de 1939. É possível que estas partituras tenham sido a base para muitos dos arranjos que Radamés viria a criar depois.

Imagens do álbum com 17 partituras de Ernesto Nazareth que pertenceu a Radamés e Aída Gnattali (coleção particular de Sandor Buys)

Em 1953, Radamés foi um dos primeiros músicos a gravar músicas de Ernesto Nazareth em LP. Foram oito faixas em arranjos para piano e orquestra de cordas, que saíram no LP 10’’ “Ernesto Nazareth” (Continental - LP-V-2001). Clique aqui para ouvir o disco na íntegra.

Em 1955, Radamés formaria um duo com sua irmã Aída (nascida em 08/10/1911) cujo repertório consistia principalmente de músicas de Ernesto Nazareth, arranjadas por Radamés para dois pianos. Ambos, além de excelentes pianistas, tinham uma leitura à primeira vista fenomenal, o que permitia que preparassem rapidamente uma peça. Segundo Aída:

"Depois que minha mãe morreu em 1954, é que eu comecei a tocar com o Radamés. Foi em 1955. Todo mundo pensa que a gente tocava desde pequenininho, que nada (...). Eu comecei a trabalhar com ele em 55. Bom, quando estava na Rádio, ele fazia o arranjo com dois pianos. Eu fui uma vez lá na Rádio Nacional ensaiar com o Radamés, em dois pianos, falaram: "Puxa, uma irmã que toca piano assim!", então marcaram uns programas. Depois toda semana tinha aquele programa que eu acho se chamava Coca-Cola, mas os arranjos eram feitos assim: ele, Radamés, fazia os arranjos e mandava eu copiar. Eu copiava e levava lá para a Rádio e passava-se uma vez e gravava-se. Não tinha muito estudo. Não tinha tempo.” (Depoimento de Aída Gnattali para Ana Paula Vieira, janeiro de 1998, publicado no encarte do CD “Radamés e Aída Gnattali interpretando Nazareth e Gnattali”, Repertório Rádio MEC S10)

Em 12 de setembro de 1956, foi realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro um concerto histórico comemorando-se os 20 anos da Rádio Nacional, com a participação de diversos artistas. Radamés e Aída tocaram um pot-pourri memorável de três músicas de Ernesto Nazareth para dois pianos e orquestra: Sarambeque, Improviso, Batuque (clique aqui para ouvir a gravação ao vivo).

No ano seguinte, os dois se apresentaram no programa “Quando canta o Brasil” (cuja direção musical era de Radamés), interpretando o choro “Falando com Bach”, de César Siqueira; o samba-canção “Amargura” de Gnattali e Alberto Ribeiro; e o choro “Nazareth”, de Radamés (renomeado anos depois para “Capibaribe”). Clique nos títulos de cada música para ouvir as respectivas gravações.

Radamés e Aída Gnattali (site oficial do compositor)

Em 1958, foi lançado o LP “Brasiliana Nº 7 e 8” (Todamérica LPP-TA-319), em que o duo tocou a No.8, sendo sua primeira gravação comercial  juntos (a No.7, para saxofone e piano, foi interpretada por Sandoval de Oliveira Dias e Radamés Gnattali).

Contracapa e capa do LP “Brasiliana Nº 7 e 8” (Todamérica LPP-TA-319)

E em 20 de junho de 1960, Radamés e Aída fizeram uma série de gravações históricas nos estúdios da Rádio MEC, interpretando 10 músicas de Ernesto Nazareth, e duas suítes de Gnattali (a Brasiliana No.8 e a Suíte Coreográfica). Estas gravações ficaram perdidas por 32 anos, até serem encontradas pelo produtor Lauro Gomes em 1992, em uma fita-rolo no acervo da Rádio MEC.

Em 1993, parte deste material foi lançado pela gravadora Kuarup, no CD “Radamés e Aída Gnattali interpretando Nazareth e Gnattali” (Kuarup M-KCD-065), com produção de Henrique Cazes.

Capa e contracapa do CD “Radamés e Aída Gnattali interpretando Nazareth e Gnattali” (Kuarup M-KCD-065)

Já em 1998, as gravações foram lançadas de modo completo no CD “Radamés e Aída Gnattali interpretando Nazareth e Gnattali” (Repertório Rádio MEC S10). Clique aqui para ouvi-las. 

Clique aqui para baixar o encarte completo deste CD, que contém um precioso depoimento de Aída Gnattali, coletado especialmente para o disco, além de comentários de Alceo Bocchino sobre as obras de Nazareth.

Contracapa e capa do CD "Radamés e Aída Gnattali interpretando Nazareth e Gnattali” (Repertório Rádio MEC S10)

Aída Gnattali relembra esta seção de gravação:

“E a Brasiliana de dois pianos, que é a número oito e está no CD, aquela gravação a gente já tinha tocado, mas ela ficou guardada durante um ano. Então um dia ele me ligou e falou: ‘vamos gravar a Brasiliana hoje’. Eu disse: ‘Tá maluco Radamés. Vamos dar uma passadinha’.

E ele: ‘Não dá, não dá tempo’. Então é por isso que eu acho que não ficou tão bem, poderia ter saído melhor. E tem aquela toccata no fim que é uma coisa muito difícil. E aí a gente gravou assim mesmo. Com ele era assim, tudo meio de repente. E essa do Nazareth também. Ele fazia o arranjo, eu copiava de manhã e de tarde ia para a Rádio, passava uma vez e gravava. Eu só gravei com o Radamés, com ninguém mais. Nessas gravações não tinha ensaio nenhum. A gente passava apenas uma vez lá. Mas eu não gostava, eu gosto das coisas bem feitas. Radamés era muito preguiçoso para ensaiar, Deus me livre. Ele gostava de ouvir as coisas boas, mas para ensaiar não... Às vezes eu dizia assim para ele: ‘Radamés qual é o andamento desta música?’ E ele dizia: ‘Ah, não precisa saber. Vamos tocar que a gente já vai saber’. De certo modo ele estava certo, mas a gente podia ensaiar um pouquinho mais, podia sair muito mais bonito”. (Depoimento de Aída Gnattali para Ana Paula Vieira, janeiro de 1998, publicado no encarte do CD “Radamés e Aída Gnattali interpretando Nazareth e Gnattali”, Repertório Rádio MEC S10)

Aída Gnattali, 1998. Encarte do CD “Radamés e Aída Gnattali interpretando Nazareth e Gnattali” (Repertório Rádio MEC S10)

Estes arranjos representam o que há de melhor em termos de escrita pianística, equilibrando os pianos de maneira excepcional. Neles, Radamés expande a linguagem nazarethiana incorporando novos vocabulários harmônicos, sem desvirtuá-las. Em verdade, as músicas de Nazareth são potencializadas, e elevadas a novos patamares.

Se encontrar as gravações destes arranjos foi um primeiro passo importante, tornava-se agora necessário encontrar as partituras, para que pudessem ser tocadas novamente.

Através de contato com D. Nelly Gnattali, viúva de Radamés (e pianista, que chegou a gravar um LP com ele a dois pianos em 1967, clique aqui para ouvi-lo), foi possível adquirir cópia destes manuscritos, organizados por Roberto Gnattali, sobrinho do arranjador.

Nelly Martins e Radamés Gnattali (site oficial do compositor)

Para nossa surpresa, vimos que na verdade eram 18 arranjos, oito deles ainda inéditos em disco: Ameno Resedá, Batuque, Carioca, Elétrica, Labirinto, Matuto, Nenê e Odeon. Todos eles possuíam a grafia de Aída Gnattali, copista de muitas das composições e arranjos do Radamés.

Aída Gnattali, 1957 (site oficial do compositor)

A partir de então, buscamos uma parceria com o Instituto Moreira Salles, para que fosse possível viabilizar-se uma edição revisada deste material, para disponibilização gratuita no site EN150.

Este sonho tornou-se realidade em 2014, através da colaboração de Bia Paes Leme, coordenadora de música do IMS. Prosseguiu-se então para uma editoração do material (realizada por Douglas Passoni de Oliveira), que depois foi revisado compasso-a-compasso por Alexandre Dias e Paulo Aragão.

Manuscrito do Piano 1 do arranjo de Radamés Gnattali do tango brasileiro Vitorioso, de Ernesto Nazareth, e, à direita, o mesmo trecho na nova versão editorada e revisada disponibilizada no site EN150 pela primeira vez.

No dia 26 de março de 2015, como comemoração dos 152 anos de nascimento de Ernesto Nazareth, o Instituto Moreira Salles apresentou um recital pelos pianistas Maria Teresa Madeira e Alexandre Dias, que interpretaram 14 desses arranjos pela primeira vez. Em breve será disponibilizado o vídeo do recital.

E-flyer do concerto Ernesto Nazareth 150 + 2: Os arranjos de Radamés Gnattali, que ocorreu no Instituto Moreira Salles no dia 26 de março de 2015

Teaser anunciando o recital Ernesto Nazareth 150 + 2: Os arranjos de Radamés Gnattali, com depoimentos de Paulo Aragão, Maria Teresa Madeira e Alexandre Dias

A partir de hoje fechamos este ciclo, disponibilizando gratuitamente todos os 18 arranjos, que agora podem ser interpretados por pianistas de todo o mundo. Ajudem-nos a divulgar este material para duos de piano, para que os arranjos possam se estabelecer como parte do repertório universal!

***

A admiração de Radamés por Nazareth se revela também nas músicas que compôs. Além do choro “Nazareth” (reintitulado anos depois para “Capibaribe”), vemos em sua obra a “Homenagem a Ernesto Nazareth” para piano solo (gravada por Arthur Moreira Lima em 1989), e o segundo movimento da famosa Suíte Retratos, composto sobre a valsa “Expansiva” (gravado primeiramente por Jacob do Bandolim com orquestra em 1964, e depois transcrito para diversas outras formações, como duo e trio de violões; violão, acordeon e baixo; bandolim e conjunto de choro, e até piano e orquestra). Também encontramos uma citação de “Apanhei-te, cavaquinho” na fuga de um de seus Trios para violino, viola e violoncelo.

Em 1984 foi criada a série “A Música Segundo Tom Jobim”, dirigida por Nelson Pereira dos Santos para a TV Manchete, com um total de quatro programas dedicados a Villa-Lobos, Pixinguinha, Custódio Mesquita, Noel Rosa, Ary Barroso, Radamés Gnatalli, Geraldo Pereira e Dorival Caymmi. O primeiro programa contou com a participação de Radamés, que interpretou trechos de “Odeon”, “Nenê”, “Batuque” e “Improviso”, depois de contar sobre quando conheceu Nazareth.

 

Por volta de 1985, foi transmitido pela TV Cultura um programa inteiramente dedicado a Radamés Gnattali, gravado na Sala Guiomar Novaes, da Funarte, com apresentação de Júlio Lerner, que entrevistava Radamés, ao piano.

Em 14min 48s, Radamés fala sobre quando conheceu Nazareth, e toca trechos de “Fon-Fon!”, “Odeon” e a valsa “Elegantíssima” completa, além de músicas de outros compositores.

 

Já em 1991, foi lançado o documentário "Nosso amigo Radamés", dirigido por Moisés Kendler e Aluísio Didier, contendo um outro take do Odeon gravado para o programa da Manchete mencionado acima, e uma interessante experiência, em que Radamés acompanha um filme mudo tocando o tango brasileiro “Carioca”, de Nazareth (como Ernesto fazia no início do século).

 

 

Além disso, Radamés fez arranjos para orquestra de pelo menos 10 músicas de Nazareth entre 1956 e 1959, levados ao ar na Rádio Nacional para os programas “Coca-Cola”, “Um milhão de melodias”, “Quando canta o Brasil”, “Quando os maestros se encontram” e “Aquarelas do mundo”, além de um pot-pourri chamado “Melodias de Ernesto Nazareth” apresentado em 1952, contendo as músicas “Apanhei-te, cavaquinho”, “Odeon”, “Fon-fon!”, “Confidências”, “Expansiva”, “Turuna” e “Brejeiro”. Clique aqui para ouvi-lo.

Por fim, listamos cinco arranjos de músicas de Ernesto Nazareth que Radamés fez para dois pianos (e orquestra), e tocou com sua irmã Aída entre 1962 e 1963, mas cujas partituras e gravações estão ainda desaparecidas (listados no livro “Radamés Gnattali, o eterno experimentador”, de Valdinha Barbosa e Anne Marie Devos, 1985). Estes arranjos foram transmitidos pelo programa “Nossa Música”: “Arrojado” (dois pianos e orquestra, 10.4.62); “Celestial” (dois pianos e orquestra, 3.4.62); “Cruz, perigo!!” (dois pianos, 12.2.63), “Genial” (dois pianos e orquestra, 3.6.1962); “Labirinto” (dois pianos e orquestra, 15.5.1962).

***

Ainda em 1960, foi formado o Sexteto Radamés Gnattali – com Radamés e Aída nos pianos, Zé Menezes no violão, Pedro Vidal no contrabaixo, Luciano Perrone na bateria e Chiquinho no acordeon – que viajou para a Europa numa excursão que integrava a 3ª Caravana Oficial da Música Popular Brasileira. Tendo como solistas o cantor Luiz Bandeira e Edu da Gaita, o grupo tocou em Portugal, França, Inglaterra, Alemanha e Itália, ao longo de dois meses.

Sexteto Radamés Gnattali embarcando para a Europa, e, à direita, caminhando em Paris (site oficial do compositor)

 

Sexteto Radamés Gnattali e Edu da Gaita (site oficial do compositor)

Desse trabalho, foram lançados dois discos: “Radamés na Europa com seu Sexteto” (Odeon MOFB 3172, 1960)  e “Radamés na Europa com seu Sexteto e Edu – Vol. 2” (Odeon MOFB 3200, 1961). No primeiro deles, Aída participa de 5 das 11 faixas do disco (sendo uma delas tocada apenas pelo duo de pianos: “Foi a noite”, de Newton Mendonça e Tom Jobim). No segundo LP não está claro em quais faixas Aída participou.

Capas dos LPs Radamés na Europa com seu Sexteto e Edu Vol.1 e Vol.2

Em 1975, foi lançado um novo LP do Sexteto, porém, em vez de Aída Gnattali, o 2º piano agora era tocado por Laércio de Freitas. (LP “Radamés Gnattali Sexteto – Série depoimento Vol.2” Odeon SMOFB 3879) 

Por fim, apresentamos aqui em primeira mão seis gravações inéditas do duo, que foram “salvas” por Jacob do Bandolim, que ligou seu gravador de fitas-rolo no momento em que eram transmitidas em seu rádio. Agradecemos ao Instituto Jacob do Bandolim, que gentilmente cedeu estas gravações. As datas não são conhecidas, mas provavelmente foram feitas entre 1955 e 1963, período em que o duo esteve ativo profissionalmente, se apresentando nas rádios. Todas elas são ao vivo, e portanto diferentes das gravações realizadas em estúdio na Rádio MEC em 1960. Clique sobre os títulos para ouvir as gravações.

Confidências (dois pianos e orquestra)

Elegantíssima e Apanhei-te cavaquinho (dois pianos)

Elegantíssima e Apanhei-te cavaquinho (dois pianos e orquestra)

Elétrica (dois pianos)

Nenê (dois pianos)

Vitorioso (dois pianos)

 

Radamés e Aída Gnattali, 1960 (site oficial do compositor)

 

Agradecimentos especiais a Bia Paes Leme; Instituto Jacob do Bandolim; Lauro Gomes; Luiz Antonio de Almeida; Maria Teresa Madeira; Nelly Gnattali; Paulo Aragão; Pedro Aragão; Roberto Gnattali, Sandor Buys; e Sérgio Prata. 

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COMENTÁRIOS

Regina Althaus Motta - 30.07.2015

Trabalho divino!

Parabéns, Alexandre por expor estas gravações autênticas,pelas partituras e valorização de nossos brasileiros,num país que pouco se faz pela cultura pianística sabendo que temos ótimos pianistas,compositores e arranjadores!Belíssimo projeto! Vou divulgá-lo!

Roberto Gnattali - 01.04.2015

Parabéns Alexandre!

Espetacular, Alexandre. Muita informação, muita história, muito som. Rapaz, eu não conhecia esse arranjo, nem a gravação de Elegantíssima/Apanhei-te com orquestra. Maravilha! Ainda não li nem ouvi tudo porque é muita informação. Mas o feriado vem aí, o meu fim de semana promete. Abração. Roberto

Andréa Mendes Santo - 01.04.2015

Congratulação

Parabéns. Adorei, agradeço por me tornar um pouco mais informada de nossa história das Artes. Att. Andréa MSanto

Ricardo Penachi de Camargo - 01.04.2015

Agradecimento

Essa página é um verdadeiro tesouro cultural de nosso Brasil... obrigado aos que a produziram...

Maria das Graças Silva Neves - 31.03.2015

Parabéns, uma iniciativa fantástica para o resgate de dois músicos brasileiros de primeiro time. Adorei os arranjos, mas se tratando de um compositor como Radamés só poderia enriquecer ainda mais as composições de Ernesto Nazareth, nosso ídolo das raízes bem brasileiras como demonstra em suas músicas agradáveis de tocar e ouvir.Digo agradáveis no sentido máximo, e, sim magníficas!

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