NÃO ME FUJAS ASSIM

COMPOSIÇÃO

1884 (Circa)

1ª PUBLICAÇÃO

1884

Não me fujas assim, polca publicada em 1884 por Viúva Filippone & Filha. dedicada "a seu amigo o Sr. Tenente Henrique de Souza e Mello". Faz parte das obras iniciais de Nazareth, que tinha 21 anos, sendo precedida por cerca de 10 composições. 

O biógrafo Luiz Antonio de Almeida afirma que poucos dias antes de visitar o militar para presenteá-lo com a partitura, Ernesto decidiu compor uma música para o pai do rapaz, o Comendador Bernardino, que resultou na polca Beija-flor. Esta alcançou maior sucesso, refletido nas quatro gravações que recebeu, enquanto que Não me fujas assim permanece inédita em disco até 2012.

A expressão “não me fujas assim” era uma pilhéria da época, “aplicada à moça rica que tivesse como pretendente alguém interessado principalmente em seu dote”, segundo o biógrafo. Sua origem está em um cartaz que era exposto na vitrine de um estabelecimento lotérico juntamente com uma cópia do cheque-prêmio do mês, que citava os seguintes versos de Os Lusíadas, de Camões:

Oh! Não me fujas! Assim nunca o breve
Tempo fuja da tua formosura!

A despeito do anonimato que esta peça tem hoje, há indícios de que tenha alcançado projeção em sua época. Em Ernesto Nazareth – Flagrantes (in Revista Brasileira de Música Nos.5 e 6, 1963), o musicólogo Aloysio de Alencar Pinto cita que “em um catálogo publicado no verso da capa de uma velha peça da época”, a peça Não me fujas assim é listada com nome de Ernesto Nazareth omitido e substituído pela observação “Grande Sucesso”. Além disso, o catálogo da exposição do centenário de Ernesto Nazareth, publicado pela Biblioteca Nacional em 1963, informa que esta peça teve pelo menos 2 reedições,