COMPOSIÇÃO
1928 (Circa)
1ª PUBLICAÇÃO
1928
Ipanema, marcha brasileira publicada em 1928 pela Casa Carlos Gomes, "dedicada às bandas militares". Até 2012, esta marcha foi gravada apenas uma vez, pela Orquestra Pan American (78-RPM Odeon 10.162-b), em 1928. Em sua capa, a dedicatória aparece ligeiramente diferente: "destinada às bandas militares".
A referência do título desta marcha está diretamente relacionada à vida familiar do compositor. Ernesto residiu no bairro de Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro, entre 1917 e 1929, em função de tratamento de saúde de sua filha Maria de Lourdes Nazareth (Marietta), que sofria de uma anemia que há tempos a deixava debilitada.
Segundo o biógrafo Luiz Antonio de Almeida, como os médicos que cuidavam dela acreditavam que banhos de mar pudessem trazer melhoras à saúde da jovem, a família acabou se mudando para uma casa em frente à praia de Ipanema, à Rua Doutor Vieira Souto (mais tarde Avenida Vieira Souto), nº 158 (atual nº 192). O biógrafo também afirma que esta peça foi vendida para saldar uma dívida que o compositor tinha com a editora Casa Carlos Gomes. Robert Donati, um dos donos da editora, desfez a sua sociedade com Eduardo Souto a partir de 1927, passando tudo para seu nome. Assim, procurou ele pôr em dia algumas pendências contábeis da empresa. Entre elas, estava a cobrança de uma dívida de 280 mil réis para Nazareth. Sabendo da vida modesta que o compositor levava e acreditando que dificilmente veria a cor daquele montante, Donati acabou aceitando como forma de pagamento duas músicas: o tango Sutil e a marcha Ipanema.
A dedicatória é talvez uma forma de agradecimento ao acolhimento que sua música teve entre as diversas bandas militares que gravaram a música do compositor desde 1902, como: Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Banda Escudeiro, Banda do 1º Regional da Força Policial do RJ, Banda do 52º de Caçadores, além das bandas representantes das gravadoras, como: Banda Phoenix, Banda Columbia, Banda da Casa Edison e Banda da Casa Faulhaber & Cia.
