Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
“A SOLTEIRONA”
“A SOLTEIRONA”
Quanto à doce “Mimi”, de tão exigente com seus pretendentes, acabaria solteirona. E após a morte dos pais, passaria a morar, primeiramente, com “Vasquinho” e “Nhanhã” e, mais tarde, na companhia das irmãs “Joanninha” e Emerenciana. Jamais morou com Ernesto e Theodora Amália.
O casamento era, então, uma espécie de favor que o homem conferia à mulher; o único meio de adquirir status econômico e social, pois aquela que não se casava era a mulher fracassada e tinha de se conformar à vida cinzenta de solteirona, acompanhando a mãe às visitas, entregando-se aos bordados infindáveis, à educação dos sobrinhos. Ou, então, em sociedade onde o movimento de emancipação ia mais adiantado, como na Inglaterra, a uma vida de humilhação como governanta.
Gilda de Mello e Souza
MELLO E SOUZA, Gilda de. O espírito das roupas; a moda no século dezenove. Companhia das Letras - Editora Schwarcz Ltda. São Paulo, 1987;