Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
MARIA JOSELITA
MARIA JOSELITA
Em uma dessas coincidências que só acontecem com o autor dessa biografia, minha querida amiga e ex-vizinha no Leme, Maria Joselita Fróes de Moraes, nascida e criada em Niterói, ao ler o recorte do recital de Nazareth no mais importante teatro de sua cidade natal, surpreendeu-me com o seguinte depoimento:
Eu não conheci o Ernesto Nazareth. Foi uma pena!... Conheci, sim, os professores do Instituto Nacional de Música, o Lorenzo-Fernandez, o Henrique Oswald, o Fertin de Vasconcellos. O Guilherme Fontainha foi meu professor e quem escolheu pessoalmente o piano Bechstein (meia cauda) que até hoje está comigo. Dos compositores populares, eu só me lembro bem é do Eduardo Souto, que também morava em Niterói, à Rua Visconde de Moraes, esquina com Rua Andrade Neves. Eu acho que a casa dele ainda está de pé, no lado direito, próximo à Faculdade de Medicina.
Esse Colégio Santa Thereza era das irmãs salesianas e ficava à Rua da Praia (atual Avenida Visconde do Rio Branco), esquina com Rua Dr. Fróes da Cruz, e foi demolido para dar passagem à Avenida Feliciano Sodré.
Nicoleta Bormann Borges, pianista, era filha do Dr. Bormann; Paulina Lopes, violinista, professôra de violino; Dolores Belchior era soprano. Era morena, meio gorda. Antigamente, ela cantava na procissão do “enterro” (Senhor Morto), onde fazia o papel de anjo cantor. Na Sexta-feira Santa, durante a procissão, em determinados momentos, o povo parava, ela subia em um banquinho e abria uma espécie de toalha com o rosto de Cristo estampado e cantava... Era uma espécie de Verônica, mas era o anjo cantor, com asinhas. Ernani Bastos foi o meu primeiro professor de piano, por volta de 1920. Parece-me que foi um dos fundadores do Conservatório de Música de Niterói. Ele morava perto da minha casa, à Rua Silva Jardim. Eu morava à Rua Visconde de Uruguai, nº 214. Eu nasci em 31 de setembro de 1913. Meu pai chamava-se José de Menezes Fróes, funcionário público, e minha mãe Carmelita Sodré Fróes, era professôra primária. Aquele caminho que liga Icaraí ao Saco de São Francisco, a Estrada Fróes, foi meu avô quem mandou abrir.
Maria Joselita Fróes de Moraes
MORAES, Maria Joselita Fróes de. Entrevista concedida ao autor. RJ, 11 de maio de 2001;
Em 31 de setembro de 2013, Dona Joselita completou cem anos.