Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
BREJEIRO RECEBE LETRA DE CATULLO
BREJEIRO RECEBE LETRA DE CATULLO
Com o retumbante sucesso de Brejeiro, Catullo, por volta de 1903, ou mesmo antes, acabou se interessando em colocar-lhe uma letra; o que concorreu ainda mais para aumentar a popularidade dessa música. Porém, com a poesia do ilustre “cearense” nascido no Maranhão, veio, também, um segundo título: O sertanejo enamorado.
Preliminarmente, direi aos Srs. poetas que reconheço a banalidade destes versos, escriptos para a música do tango - O Brejeiro - de Ernesto Nazareth. Nada valem, mas valem muito quando soluçam na melodia do inspirado patricio, que é, com a nossa maestrina Chiquinha Gonzaga, uma glória nacional, no seu gênero.
Foram estreados em uma noite festival, em casa de José do Patrocínio. Tal foi o seu enthusiasmo, ouvindo-os, que tive de repetil-os 14 (!) vezes durante aquella noite. Appello para o testemunho do maestro Francisco Braga. Estes versinhos já foram muito cantados como o “Talento e Formozura” e outros mais.
Se as metralhadoras do Jazz-Band não os pulverizarem, será pelo milagre da inspiração de Ernesto Nazareth, o Carlos Gomes do tango brasileiro.
Catullo da Paixão Cearense
DIÁRIO DE NOTÍCIAS. Ernesto Nazareth, o creador do tango brasileiro. Catullo da Paixão Cearense. São Paulo, 27 de abril de 1926;