Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
SÁTYRO BILHAR
SÁTYRO BILHAR
Sátyro Lopes de Alcântara Bilhar violonista, compositor popular e “chorão” de primeiras águas, nasceu possivelmente no Rio de Janeiro, por volta de 1860, e na mesma cidade faleceu, aos 23 de outubro de 1926.
E sobre ele declarou-nos Dona Julita o seguinte:
Quando tio Ernesto recebia os amigos em casa, era sempre uma festa. Até os vizinhos logo se faziam convidados e, por vezes, traziam os seus próprios convidados. Estas reuniões eram muito concorridas. Mas não que apresentassem fartura nos comes e bebes. Não, absolutamente. A atração era a música.
Homem bonito, tio Ernesto ficava logo cercado pelas mocinhas, e tia “Dorica” jamais demonstrou ciúmes. Quando se aproximavam dele moças mais “avançadinhas”, o que não era nada bem visto, naqueles tempos, ele as recebia com muita distinção, repelindo qualquer pedido para que a elas não desse atenção. Mas, para ele, todos eram iguais e merecedores de respeito, principalmente em sua casa.
Seu Bilhar era muito amigo de tio Ernesto. Ele era meio gago, chamava tio Ernesto de b...Ernesto. Ele também tocava um pouco de piano, mas muito pouco. Era engraçado quando ele ia para o piano, anunciava a sua “última criação” e começava a tocar... Mas, o que ele tocava era sempre uma mesma e velha música, conhecida de todos nós. Aí, o pessoal lá de casa passou a chamar a tal música de “A nova do Bilhar”.
Julita Nazareth Siston
NAZARETH SISTON, Julita. Entrevista concedida ao autor. Rio de Janeiro, s/d;