Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA (1932)
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA (1932)
Mais de um ano no poder e Getúlio Vargas já se sentia plenamente dono do país. Nem mesmo uma Constituição havia para orientar os rumos da Nação. Tudo era feito segundo o bel-prazer do caudilho; inclusive a escolha dos governadores (então denominados “Interventores”) de cada Estado.
Considerando-se o baluarte da democracia brasileira mas, na verdade, inconformado por ter perdido sua vez ante o cenário nacional, São Paulo, com o surpreendente “apoio” de Minas Gerais e até do Rio Grande do Sul, terra de Getúlio, arvorou-se porta-voz de toda aquela insatisfação.
Mas foi somente com a morte de quatro jovens que participavam de uma manifestação de desagravo ao Governo Federal, à Praça da República (SP), abatidos a tiros por agentes da repressão “situacionista”, que os paulistas, em misto de revolta e devaneio, passaram a mobilizar tropas e contingentes de voluntários para, rumo à Capital, depor o golpista.
Minas, antes simpatizante da causa democrática, voltou a aliar-se ao ditador; inclusive, partindo da terra de Tiradentes as primeiras tropas a defender o regime vigente. E, por sua vez, o Interventor do Rio Grande do Sul, Antonio Flores da Cunha, que prometera enviar 3.000 homens para ajudar os paulistas não cumpriu a palavra, “seduzido” por promessas do também gaúcho Vargas.
Então, aos 9 de julho, eclodiu aquele que seria um dos mais impressionantes episódios da nossa História: a “Revolução Constitucionalista”. E após dois meses e meio de conflito, e pelo menos 633 paulistas mortos, em 1º de outubro rendeu-se São Paulo.
Getúlio, fortalecido, só deixaria o poder treze anos mais tarde, em 1945.