Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
O PADRE-MESTRE (1831)
O PADRE-MESTRE (1831)
João Baptista, em 1814, já exercia a função de professor régio de gramática latina na Corte. Em nos seus trinta e quatro anos de magistério, teve pupilos importantes, entre os quais D. Pedro I (1798/1834) e Joaquim Cândido Soares de Meirelles (1777/1868), seu sobrinho e fundador da Academia Imperial de Medicina (1830), Ministro e Conselheiro do Império.
Era latinista de notável saber como atestam documentos de época citados no livro “Cachoeira e Porongaba”, escrito por seu bisneto Desembargador Fernando Luiz Vieira Ferreira, publicado pela Escola Industrial Dom Bosco, em Niterói, 1951. Em 18 de julho de 1841 foi agraciado com a Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo por decreto assinado pelo Ministro do Império Cândido José de Araújo Vianna.
Anamaria Nunes
Depoimento enviado ao autor por e-mail. RJ, 16 de abril de 2005;
Desde moço, ele já demonstrava acentuada vocação religiosa. Daí, após o falecimento de sua esposa, entre os anos de 1825 e 1829, resolveu tomar ordens sacras. E em setembro de 1831 já assinava “padre”, ou melhor, “padre-mestre”, devido, obviamente, ao fato de ser professor.
Exerceu o sacerdócio com elevação. Dizem que se transfigurava no ofício divino e que era visível a sua emoção quando pronunciava o Dominus vobiscum. (...) Tinha (a Fazenda de) São João Baptista uma capela, em cuja sacristia o Padre Mestre (além de ministrar suas missas) conservava, piedosamente, o crâneo da esposa (Joanna Leonísia) predefunta, sob um lenço preto. (...) Um neto, José (Cazuza), ainda menino, para meter medo às irmãs, acendia, ou acendeu uma vez, um bico de vela sobre o crâneo da avó.
Fernando Luiz Vieira Ferreira
VIEIRA FERREIRA, Desembargador (Fernando Luiz). Cachoeira e Porangaba. Escola Industrial Dom Bosco. Niterói, 1951;