Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
SÃO PAULO E A MÚSICA
SÃO PAULO E A MÚSICA
Se fizéssemos uma comparação entre as atividades musicais desenvolvidas no Rio de Janeiro e São Paulo, especificamente na década de 1920, a primeira cidade apresentaria resultados mais expressivos, levando-se em conta, naturalmente, sua condição de capital política e cultural do país havia mais de um século.
Entretanto, São Paulo possuía um diferencial absolutamente significativo: sua franca ascensão econômica, representada, a princípio, por uma elite consubstanciada pelos Barões do Café. E esta mesma elite, acompanhada por outras categorias emergentes, apercebendo-se da necessidade de procurar apagar de seu passado qualquer ranço provinciano, passou a se guiar por padrões eminentemente europeus. Daí, nada mais compreensível o ávido interesse despertado por mestres estrangeiros; sendo, por exemplo, no caso da música, os italianos ou descendentes.
No ano em que Ernesto Nazareth desembarcou em São Paulo, ele encontrou uma lista dos mais afamados professores. De violino: Alfredo Belardi, Américo Belardi, Guido Arcolani, Guido Bastiani, Leônidas Autuori, Mario Mascherpa, Ruggero Furlanetto, Torquato Amore (Regente) e Zaccarias Autuori (Regente); piano: Agostino Cantù (genro do falecido Luigi Chiaffarelli), Assumpta La Scaléa, Camillo Berti, Crescenzo Carlino, Francisco Casabona, Giuseppe Wancolle e Sylvio Motto; canto: Alfredo Sarda, Francisco Murino (Regente), José Cavallotti, Orácio Cardilli e S. Manfredini; flauta: Alfério Mignone (pai de Francisco) e Ferruccio Arrivabene; harmonia: João Sepe e Savino de Benedictis; clarineta: Guido Roncchi; violoncello: Armando Belardi.