Capítulos

A SEGUNDA APRESENTAÇÃO DE ERNESTO NAZARETH (1880)

MORRE CALLADO (1880)

GENTES! O IMPOSTO PEGOU? (1880)

GRACIETTA (1880)

MORRE MARIA CAROLINA (1881)

NÃO CAIO N’OUTRA!!! (1881)

O PRIMEIRO GRANDE SUCESSO

ASSOCIAÇÃO CENTRAL EMANCIPADORA (1881)

ERNESTO NAZARETH - O MAIS “NOVO”

OS MÉTODOS

EUROPA - UM SONHO IMPOSSÍVEL

CHARLES LUCIÈN LAMBERT

A SÉTIMA MORADA (1882)

O NOME D’ELLA (1882)

FONTE DO SUSPIRO (1882)

ERNESTO NAZARETH - 20 ANOS (1883)

MORRE VIRIATO (1883)

OS CLUBES DE SOCIEDADE

CLUBE DO ENGENHO VELHO (1883)

CLUBE NÃO-IDENTIFICADO (1883)

CONGRESSO BRAZILEIRO (1883)

PRIMEIRO REGISTRO ENTRE AS FAMÍLIAS NAZARETH E MEIRELLES (1883)

OS TEUS OLHOS CAPTIVAM (1883)

CLUB DO ENGENHO VELHO (1884)

CLUBE DE SÃO CRISTÓVÃO (1884)

CLUBE NÃO-IDENTIFICADO (1884)

CLUBE NÃO-IDENTIFICADO (1884)

CONGRESSO BRAZILEIRO (1884)

BEIJA-FLOR - 9ª COMPOSIÇÃO EDITADA (1884)

NÃO ME FUJAS ASSIM - 10ª COMPOSIÇÃO EDITADA (1884)

“A BAIXADA É LINDA”

A OITAVA MORADA (1885)

“VASQUINHO” - DENTISTA

“VASQUINHO” & “NHANHÔ (1885)

A QUARTA FOTOGRAFIA (1885)

CLUBE DO RIO COMPRIDO (1885)

MARIA EMÍLIA

PRIMOROSA E RECORDAÇÕES DO PASSADO

CLUBE DO ENGENHO VELHO (1885)

CLUBE DO ENGENHO VELHO (1885)

CLUBE RIACHUELENSE DO ENGENHO NOVO (1885)

CLUBE DE SÃO CRISTÓVÃO (1885)

NAZARETH “TOCA” PARA SHERLOCK HOLMES

A NONA MORADA (1886)

ERNESTO & THEODORA AMÁLIA (1886)

THEODORA AMÁLIA

NAIR CARVALHO

O DR. MEIRELLES E SUAS FILHAS

“A SOLTEIRONA”

A DÉCIMA MORADA (1886)

CLUBE ROSSINI (1886)

NASCE EULINA (1887)

EULINA É BATIZADA (1887)

NASCE GILBERTO (1887)

A FLÔR DE MEUS SONHOS (1887)

FREDERICO MALLIO

O “FIM” DA ESCRAVIDÃO (1888)

A BELLA MELUSINA (1888)

FRANCISCA GONZAGA

A FONTE DO LAMBARY (1888)

NASCE DINIZ (1888)

NAZARETH (1888)

RUA MAJOR FONSECA (1889)

NASCE MARIA (1889)

EULINA (1889)

MÁRIO & ALICE (1889)

DINIZ É BATIZADO (1889)

ATREVIDINHA (1889)

NASCE MORTO JOÃO BAPTISTA (1889)

CHILE-BRAZIL (1889)

UM DIA AGITADO!... (1889)

A BELA “NENÊ”

AS PRIMEIRAS GRAVAÇÕES DE VOZES NO BRASIL (1889)

SALVE A REPÚBLICA?...

THESOURO NACIONAL (1889)

NASCE ALBA (1890)

NASCE MORTA MARIETTA (1890)

NASCE “ALICINHA” (1891)

NASCE ZILLAH (1891)

FRED FIGNER (1891)

NASCE MARIA DE LOURDES (1892)

NASCE ARACY (1892)

THEODORA AMÁLIA - 40 ANOS (1892)

RAYON D’OR (1892)

MORRE ALBA (1893)

ERNESTO NAZARETH - 30 ANOS (1893)

“MARIETTA” É BATIZADA (1893)

RECITAL EM PETRÓPOLIS (1893)

LUIZ LÉVY (1893)

JULITA (1893)

CUYUBINHA (1893)

BREJEIRO (1893)

A VENDA DE MÚSICAS

NASCE CINIRA

A FEBRE REUMÁTICA

NASCE “MARIOZINHO” (1894)

BREJEIRO É REEDITADO (1894)

UM GUARDA-CHUVA MUITO ESPECIAL

CATULLO DA PAIXÃO CEARENSE

BREJEIRO RECEBE LETRA DE CATULLO

O SERTANEJO ENAMORADO - LETRA

CAPISTRANO DE ABREU E CATULLO

NAZARETH E AS CASAS DE MÚSICA

MARIETTA (1894)

DINIZ É CONSIDERADO DOENTE

NASCE MARINA (1895)

NASCE JULITA (1895)

JULITA É BATIZADA (1895)

CAÇADORA (1895)

FAVORITO (1895)

JULIETA (1895)

NENÊ (1895)

SERTANEJA - LETRA

NENE E HELENA (1895)

ALBERTO NEPOMUCENO (1895)

MYOSOTIS (1895)

CRÊ E ESPERA (1895)

RAMIRINHO (1895)

SEGREDO (1895)

HELENA (1895)

MORREM OS SOGROS DE NAZARETH (1896)

NASCE “ERNESTINHO” (1896)

“ERNESTINHO” É BATIZADO (1896)

VASCO LOURENÇO & JOANNA LEONÍSIA (1896)

PIPOCA (1896)

REMANDO (1896)

NASCE IBERÊ (1896)

ERNESTO & THEODORA AMÁLIA - 10 ANOS (1896)

AURÉLIO CAVALCANTI

OS “CHOPES BERRANTES”

HESPAÑOLITA (1896)

O COLÉGIO DE “JOANNINHA”

UM MATE BEM GOSTOSO

NASCE MOACYR (1897)

E O CINEMATÓGRAFO CHEGOU!... (1897)

FEITIÇO (1897)

CHILE-BRAZIL (1897)

ORMINDA (1897)

UM PROFESSOR SEVERO

DUAS EMPREGADAS

NASCE FERNANDO (1898)

ESTÁ CHUMBADO (1898)

GENTIL (1898)

A “SCHOTTISCH”

SALÃO NOBRE DA INTENDÊNCIA DA GUERRA (1898)

FURINGA (1898)

ADIEU (1898)

“DODOCA” & AMÉRICO (1898)

NASCE INAH (1899)

ZICA (1899)

BICYCLETTE-CLUB (1899)

TEU ROSTO - LETRA

ORMINDA - REEDIÇÃO (1899)

ÍRIS (1899)

CACIQUE (1899)

TURUNA (1899)

A GAVOTA

CORBEILLE DE FLEURS (1899)

QUEBRADINHA (1899)

ZIZINHA (1899)

BOM-BOM (1899)

VESPER (1900)

A DÉCIMA QUARTA MORADA (1910)

DIGO (1900)

OUTRA DUAS MORADAS

ELITE-CLUB (1900)

ARRUFOS (1900)

GENIAL (1900)

ONZE DE MAIO (1900)

JULIETA (1900)

DORA (1900)

SALVE O SÉCULO XX (1901)

BATUQUE

“VASQUINHO” - TUBERCULOSO

“GIGI” É CONTAMINADO PELO PRÓPRIO PAI

HILDA FERRAZ RÊGO

LAÇO AZUL (1901)

ENCANTADA (1901)

HENRIETTE (1901)

NASCE “MALY” (1903)

NAZARETH PELA PRIMEIRA VEZ EM DISCO (1902)

THEODORA AMÁLIA - 50 ANOS (1902)

MORRE “VASQUINHO” (1902)

PROMESSA CUMPRIDA

LOPES & CIA. PHOTº

LUIZ FRANCISCO & CECÍLIA

ERNESTO NAZARETH - 40 ANOS (1903)

A DÉCIMA PRIMEIRA MORADA (1903)

MORRE “GIGI” (1903)

CORAÇÃO QUE SENTE (1903)

GABRIELLA CRUZ

PYRILAMPO (1903)

PHOTOGRAPHIA LETERRE (1903)

THIERRY (1903)

EXPANSIVA (1904)

VICTORIOSO (1904)

SOBERANO (1904)

ERNEST SCHELLING (1904)

MORRE AMÉRICO

ESCOVADO (1904)

NASCE LUIZ FRANCISCO FILHO (1905)

BREJEIRO RECEBE SUA PRIMEIRA GRAVAÇÃO (1905)

CORAÇÃO QUE SENTE (1905)

FERRAMENTA (1905)

IDEAL (1905)

CARDOSINA (1905)

ALBÍNGIA

ANNA CARDOSO DUARTE GALLO

A DÉCIMA SEGUNDA MORADA (1905)

ASYLO IZABEL (1905)

FORMATURA DE EULINA (1906)

ERNESTO & THEODORA AMÁLIA - 20 ANOS (1906)

NASCE PAULO DE TARSO (1906)

A FLORISTA (1909)

DENGOZO (1907)

BAMBINO (1908)

DUVIDOSO (1908)

PHOTOGRAPHIA ACADÊMICA (1908)

ASSOCIAÇÃO CRISTÃ DE MOÇOS (1908)

EXPOSIÇÃO NACIONAL (1908)

NAZARETH EM RECITAL DE VIOLÃO E PIANO (1908)

CATULLO EM RECITAL DE VIOLÃO (1908)

A DÉCIMA TERCEIRA MORADA (1909)

FLORAUX (1908)

PERIGOSO (1908)

RECITAL COM VILLA-LOBOS (1909)

UM SONETO DE CATULLO (1909)

CHAVE DE OURO (1909)

CASA MOZART

NAZARETH E O CINEMA ODEON (1909)

ONDINA RIBEIRO DANTAS - D’OR

“BORORÓ”

BRASÍLIO ITIBERÊ

ODEON (1909)

MORRE ALICE (1910)

MORRE ANNA CAZEMIRA (1910)

THEATRO JOÃO CAETANO

MARIA JOSELITA

NOÊMIA (1911)

MANOEL ANTONIO GOMES GUIMARÃES

JULIETTA (1911)

TURBILHÃO DE BEIJOS (1911)

DISCOGRAFIA (1911)

CARTA DE “MARIETTA” (1912)

THEODORA AMÁLIA - 60 ANOS (1912)

MORRE “DODOCA” (1912)

CORRECTA (1912)

BAMBINO RECEBE LETRA DE CATULLO (1912)

BAMBINO RECEBE LETRA DE WISNIK

DISCOGRAFIA (1912)

AI, RICA PRIMA! (1912)

DISCOS PARA A CASA EDISON (1912)

PEDRO DE ALCÂNTARA

TRAVESSO (1913)

FON-FON! (1913)

CONFIDÊNCIAS (1913)

TALISMAN (1913)

CARTÃO POSTAL DO LINO (1913)

CUÉRA (1913)

O PIANO DE “NENÊN” (1913)

ERNESTO NAZARETH - 50 ANOS (1913)

ESPALHAFATOSO (1913)

ATREVIDO (1913)

CUTUBA (1913)

REBOLIÇO (1913)

BATUQUE (1913)

HENRIQUE OSWALD

AMENO RESEDÁ (1913)

TENEBROSO (1913)

SÁTYRO BILHAR

CARIOCA (1913)

OLYMPIO NOGUEIRA

DISCOGRAFIA DE OLYMPIO NOGUEIRA

EPONINA (1913)

SAUDADE (1913)

ELECTRICA (1913)

MORRE “MARIOZINHO” (1913)

“A CATASTROPHE DO GUARANY” (1913)

DISCOGRAFIA (1913)

A “GRANDE GUERRA” (1914)

PÉROLAS DE ORVALHO (1914)

CATRAPUZ (1914)

FIDALGA (1914)

MESQUITINHA (1914)

HENRIQUE ALVES DE MESQUITA

APANHEI-TE, CAVAQUINHO!... (1914)

ALERTA! (1914)

VEM CÁ, BRANQUINHA (1914)

SAGAZ (1914)

TOPÁZIO LÍQUIDO (1914)

ARNALDO REBELLO

DISCOGRAFIA (1914)

DIVINA (1915)

OURO SOBRE AZUL (1915)

CARLOS BITTENCOURT

CURIOSO (1915)

PIERROT (1915)

MORRE FERNANDO (1916)

GOTTAS DE OURO (1916)

ERNESTO & THEODORA AMÁLIA - 30 ANOS (1916)

TUPYNAMBÁ (1916)

MARCELLO TUPYNAMBÁ

GAROTO (1916)

SARAMBEQUE (1916)

RETUMBANTE (1916)

DISCOGRAFIA (1916)

RECIBO DE VENDA (1916)

A DÉCIMA SÉTIMA MORADA (1917)

MARIANA ALVIM

PAULO DE TARSO LEAL

NAZARETH RETORNA AO ODEON (1917)

DARIUS MILHAUD (1917)

LE BOEUF SUR LE TOIT

LABIRINTO (1917)

GUERREIRO (1917)

MATUTO (1917)

NOVE DE JULHO (1917)

GASPAR DE MAGALHÃES

RANZINZA (1917)

FAMOSO (1917)

MERCÊDES (1917)

SÓ SE ME DERES UM BEIJO (1917)

EULINA & MERCÊDES (1917)

MORRE “MARIETTA” (1917)

SAÍDA DEFINITIVA DO ODEON (1918)

ARTHUR RUBINSTEIN (1918)

FRANCISCO MIGNONE (1918)

RECORDANDO MIGNONE

PODIA SER PIOR (1918)

TERMINA A “GRANDE GUERRA” (1918)

VITÓRIA (1918)

A DÉCIMA OITAVA MORADA (1918)

DOIS OFERECIMENTOS EM MÚSICAS DE SOUTO (1918)

LAMENTOS E MÁGOAS

SUCCULENTO (1919)

CASA CARLOS GOMES (1919)

EDUARDO SOUTO

JOSÉ DE OLIVEIRA

MAIS DOIS OFERECIMENTOS EM MÚSICAS DE SOUTO (1919)

HOMENAGEM À EPITÁCIO PESSOA (1919)

MENINO DE OURO (1919)

INSUPERÁVEL (1919)

SUSTENTA A... NOTA (1919)

DISCOGRAFIA (1919)

“MALY” & JOAQUIM (1920)

MAGNÍFICO (1920)

NÃO VOU N’ISSO (1920)

LUCÍLIA D'ALINCOURT FONSECA

NOCTURNO (1920)

HYMNO DA ESCOLA PEDRO II (1920)

MARIAZINHA SENTADA NA PEDRA!...

DISCOGRAFIA (1920)

NASCE MARIA CECÍLIA (1921)

ALOYSIO DE ALENCAR PINTO (1921)

GEMENDO, RINDO E PULANDO (1921)

ARROJADO (1921)

PAIRANDO (1921)

JACARÉ (1921)

CHEGAM AO RIO OS REIS DA BÉLGICA (1921)

O QUE HÁ? (1921)

XANGÔ (1921)

ELEGANTÍSSIMA (1926)

ATLÂNTICO (1921)

THEODORA AMÁLIA - 70 ANOS (1922)

MEIGO (1922)

PORQUE SOFFRE?... (1922)

1922 (1922)

LITTLE BOY (1922)

ARTHUR BERNARDES VERSUS NILO PEÇANHA (1922)

ADOLPHO BLOCH

A “REVOLTA” DO FORTE DE COPACABANA (1922)

MARCHA HERÓICA AOS 18 DO FORTE (1922)

O CÃOZINHO PIERROT

PIERROT É ESQUECIDO!...

PÁSSAROS EM FESTA (1922)

JANGADEIRO (1922)

O FUTURISTA (1922)

LUCIANO GALLET

INSTITUTO NACIONAL DE MÚSICA (1922)

FORA DOS EIXOS

HYMNO DA CULTURA DE AFETO ÀS NAÇÕES (1922)

HYMNO DA ESCOLA FLORIANO PEIXOTO

IMPROVISO

ERNESTO NAZARETH - 60 ANOS (1923)

MORRE MEIRELLES FILHO (1923)

TUDO SOBE... (1923)

DELIGHTFULNESS (1923)

FESTIVAL GLAUCO VELÁSQUES (1923)

ESCORREGANDO (1923)

DI CAVALCANTI (1924)

ARTIGO DE DARIUS MILHAUD (1924)

RADAMÉS GNATTALI (1924)

BRÍCIO DE ABREU

SEGUNDO ENCONTRO DE MIGNONE COM NAZARETH (1924)

ASSIS MEMÓRIA (1924)

MIÉCIO HORSZOWSKI (1924)

CRISE ENTRE OS GRAVADORES DE MÚSICA (1924)

O ALVORECER (1924)

DUAS “SAUDAÇÕES” (1924)

CASA VIEIRA MACHADO - NOVO PROPRIETÁRIO (1925)

ALZIRA MARIATH

EXTASE E NAZARETH

MORRE FRANCISCO ANTUNES (1925)

IBERÊ & ZILDA (1925)

YOLANDA (1925)

ANUNCIADA A VIAGEM A SÃO PAULO (1926)

VIAGEM A SÃO PAULO (1926)

EM CASA DE JORGE FRAGOSO (1926)

SÃO PAULO E A MÚSICA

LUIGI CHIAFFARELLI

AS CASAS DE MÚSICA PAULISTAS

SOROCABA (1926)

TATUÍ (1926)

JACINTHO SILVA (1926)

CARMEN TEIXEIRA E SILVA

LUIZ DE GONZAGA SILVA

MOACYR SILVA

PARAÍSO E FACEIRA

ARMANDO PINTO (1926)

REUNIÃO EM CASA DE ARMANDO PINTO (1926)

JAVERT VIEIRA DA SILVA

O PIANO DE ERNESTO NAZARETH (1926)

CLÁUDIO AUGUSTO CAMARGO PINTO

ANUNCIADO RECITAL DO COMPOSITOR EM CAMPINAS (1926)

PRIMEIRA AUDIÇÃO EM SÃO PAULO (1926)

SYLVIO MOTTO (1926)

ERNANI BRAGA (1926)

CONSERVATÓRIO DRAMÁTICO E MUSICAL - 1º CONCERTO (1926)

CAPRICHO E POLONESA

NAZARETH OU TUPYNAMBÁ?

A PRIMEIRA ENTREVISTA EM SÃO PAULO (1926)

“ERNESTINHO” & ESTHER (1926)

FRANCISCO ASSUMPÇÃO LADEIRA

EXTASE E PAULICÉA... (1926)

MAESTRO GAÓ

CAMPINAS (1926)

CLUB SEMANAL DE CULTURA ARTÍSTICA (1926)

ENCERRAMENTO DA CAMPANHA DO PIANO

CASA BEVILACQUA (1926)

ATÉ QUE ENFIM - 1ª COMPOSIÇÃO EDITADA EM SÃO PAULO (1926)

OUTROS QUATRO “FOX-TROTS”

DESENGONÇADO - 2ª COMPOSIÇÃO EDITADA EM SÃO PAULO (1926)

CRUZEIRO (1926)

JANOTA - 3ª COMPOSIÇÃO EDITADA EM SÃO PAULO (1926)

PROEMINENTE - 4ª COMPOSIÇÃO EDITADA EM SÃO PAULO (1926)

QUEBRA CABEÇAS - 5ª COMPOSIÇÃO EDITADA EM SÃO PAULO (1926)

CELESTIAL (1926)

ERNESTO & THEODORA AMÁLIA - 40 ANOS (1926)

CONFERÊNCIA DE ANDRADE MURICY (1926)

CLUB CAMPINEIRO - 1º CONCÊRTO (1926)

CARTA AO “ALMIRANTE”

CENTRO DE SCIENCIAS, LETRAS E ARTES (1926)

JACINTHO EM SANTOS

SUBSCRIÇÃO DO PIANO (1926)

CLUB CAMPINEIRO - 2º CONCÊRTO (1926)

DE VOLTA À SÃO PAULO (1926)

CONSERVATÓRIO DRAMÁTICO E MUSICAL - 2º CONCERTO (1926)

PRESTANDO CONTAS

EM CASA DE JORGE FRAGOSO (1926)

CARTÃO DE “ERNESTINHO” (1926)

CARTA DE “ERNESTINHO” (1926)

UM APARTAMENTO...

CONSERVATÓRIO DRAMÁTICO E MUSICAL - 3º CONCERTO (1926)

CARTA A NOÊMIA DO NASCIMENTO GAMA (1926)

MORRE MÁRIO NAZARETH (1926)

AMOR E INTRANSIGÊNCIA

MORRE “ZIZINHA” (1926)

THEATRO MVNICIPAL (1926)

MÁRIO DE ANDRADE

REUNIÃO EM CASA DE FRANCISCO ARAÚJO (1926)

ALFAIATE LOURENÇO UNTI (1926)

MORRE MARINA (1926)

RUA SIQUEIRA CAMPOS (1926)

CARTAS DE AGRADECIMENTO DA FAMÍLIA NAZARETH (1926)

REUNIÃO EM CASA DE NESTOR PESTANA (1927)

NASCE “ELZINHA” (1927)

A FAMÍLIA DE “ELZINHA”

UM ACRÓSTICO - UMA SAUDADE...

PREPARATIVOS PARA A DESPEDIDA DE NAZARETH (1927)

CONSERVATÓRIO DRAMÁTICO E MUSICAL - 4º CONCERTO (1927)

CARTÃO DO PENSIONATO SANTO ANTONIO (1927)

EM CASA DA FAMÍLIA LA S’CALÉA (1927)

NAZARETH RETORNA AO RIO (1927)

CUBANOS (1927)

“ELZINHA” É BATIZADA (1927)

PRIMEIRA CARTA DE J. B. VASQUES (1927)

MARCHA FÚNEBRE (1927)

SEGUNDA CARTA DE J. B. VASQUES (1927)

TERCEIRA CARTA DE J. B. VASQUES (1927)

SÓ NO NAZARETH

SARAH BENGIO

DESFAZ-SE UMA SOCIEDADE (1927)

ROBERT DONATI

PRIMEIRA CARTA DE DONATI (1927)

DISCOGRAFIA (1927)

NASCE LÊDA (1927)

PAULO TAPAJÓS

GASTÃO PENALVA

ARACY & PEDRO (1928)

SEGUNDA CARTA DE DONATI (1928)

SUTIL (1928)

IPANEMA (1928)

CAVAQUINHO, POR QUE CHORAS? (1928)

NASCE PEDRO PAULO (1928)

DISCOGRAFIA (1928)

VICENTE CELESTINO & FRANCISCO ALVES

A VOZ DO AMOR

MORRE “JOANNINHA” (1928)

INSTITUTO NACIONAL DE MÚSICA (1929)

CARMEN MIRANDA (1929)

O VIOLÃO (1929)

A DÉCIMA NONA MORADA (1929)

MORRE THEODORA AMÁLIA (1929)

DOIS CARTÕES (1929)

A VIGÉSIMA MORADA (1929)

TRÊS VIZINHOS

ELZA LACERDA FRANCO DE ABREU

ATALIBA GALVÃO NETTO

ESMERALDA DE ALMEIDA MONTEIRO

ESCOLA JOSÉ DE ALENCAR

LÍLIAN DE SOUZA CARVALHO LUCCHETTI

NO JARDIM

IVNA MENDES DE MORAES DUVIVIER

GABRIELLA MUDA-SE PARA BOTAFOGO (1929)

EXHUBERANTE (1929)

CRISES EM PENCA!... (1929)

TANGO-HABANERA

COMMIGO É NA MADEIRA

HENRIQUETA BRIEBA

FRANCISCO ALVES (1929)

ABRAHAM MEDINA

FEITIÇO NÃO MATA

MAIS TRÊS GRAVAÇÕES PELA PARLOPHON (1930)

CARTA DE GASTÃO OLIVEIRA DE MENEZES (1930)

NAZARETH QUER RETORNAR À SÃO PAULO (1930)

CARTA DE JACINTHO SILVA (1930)

UM “MORGADO” CHAMADO CELSO (1930)

PRIMEIRA CARTA DE ANTONINHO FORSTERS (1930)

NASCE ARNALDO (1930)

RECITAL DE GUIOMAR NOVAES (1930)

A PRIMEIRA CRISE NERVOSA (1930)

RESIGNAÇÃO - A ÚLTIMA VALSA (1930)

EUSTÓRGIO WANDERLEY

TOMÁS TERÁN

PRIMEIRO BILHETE DE EUSTÓRGIO WANDERLEY (1930)

“TIA AMÉLIA”

SEGUNDO BILHETE DE EUSTÓRGIO WANDERLEY (1930)

SEGUNDA CARTA DE ANTONINHO FORSTERS (1930)

DISCOS PARA CASA EDISON (1930)

CARTA DE OSCAR ROCHA (1930)

PINGUIM

S.B.A.T. (1930)

S.B.A.T. - SETEMBRO (1930)

O “GOLPE” (1930)

CARTÃO DE CAMBUQUIRA (1930)

S.B.A.T. - DEZEMBRO (1930)

CASA VIEIRA MACHADO

HOMERO DORNELLAS

ALCYR PIRES VERMELHO

FORTE DE SÃO JOÃO

UM PEIXE EM CASCADURA

QUATRO PEÇAS BRASILEIRAS (1930)

S.B.A.T. - JANEIRO (1931)

S.B.A.T. - FEVEREIRO (1931)

PRIMEIRA APRESENTAÇÃO NA RÁDIO SOCIEDADE (1931)

SEGUNDA APRESENTAÇÃO NA RÁDIO SOCIEDADE (1931)

S.B.A.T. - MARÇO (1931)

“A VOZ DO VIOLÃO” (1931)

S.B.A.T. - ABRIL (1931)

APRESENTAÇÃO NA RÁDIO MAYRINK VEIGA (1931)

DOIS “ROLS” DE ROUPA (1931)

S.B.A.T. - JUNHO (1931)

S.B.A.T. - JULHO (1931)

S.B.A.T. - AGOSTO (1931)

S.B.A.T. - SETEMBRO (1931)

S.B.A.T. - OUTUBRO (1931)

ANOTAÇÕES DE NAZARETH (1931)

S.B.A.T. - NOVEMBRO (1931)

PREPARATIVOS PARA UMA NOVA TURNÊ (1931)

GAÚCHO - ÚLTIMA COMPOSIÇÃO EDITADA (1931)

HOMENAGEM A ERNESTO NAZARETH (1931)

S.B.A.T. - DEZEMBRO (1931)

S.B.A.T. - JANEIRO (1932)

“STUDIO NICOLAS” (1932)

NICOLAS ALAGEMOVITZ

DISCOGRAFIA DE NICOLAS ALAGEMOVITZ

BAPTISTA SIQUEIRA

CONCERTO NO STUDIO NICOLAS (1932)

BRUNO LECHOWSKI

“O GLOBO” (1932)

ANTONIETTA FLEURY DE BARROS

PARTIDA PARA O RIO GRANDE DO SUL (1932)

BILHETE DE ÁLVARO MOREYRA (1932)

EM PORTO ALEGRE (1932)

O PIANO DO WALDEMAR (1932)

“CORREIO DO POVO” (1932)

RECITAL NA CASA BEETHOVEN (1932)

OS INGRESSOS

ROSÁRIO (1932)

RECITAL NO CLUB CAIXEIRAL (1932)

ELEGIA E POLKA-TANGO

LIVRAMENTO (1932)

RECITAL NO SALÃO NOBRE DA PREFEITURA (1932)

MONTEVIDÉO (1932)

CASA DE JULIO MOUSQUÉS (1932)

UMA GRAVE CRISE NERVOSA

CHEGADA AO RIO (1932)

NASCE ZELY (1932)

O ÚLTIMO AUTÓGRAFO (1932)

TRÊS “ROLS” DE ROUPA (1932)

CORRESPONDÊNCIA DA CASA BEETHOVEN (1932)

UMA LISTA INCOMPLETA (1932)

UM BILHETE SIMPÁTICO (1932)

A VIGÉSIMA PRIMEIRA MORADA (1932)

BENTO D’ÁVILA (1932)

YARA DE SOUZA PIGLIASCO (1932)

A CASA DA TRAVESSA DR. ARAÚJO

BENTO QUER DAR UM PASSEIO (1932)

A PRIMEIRA FUGA (1932)

REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA (1932)

A PENÚLTIMA MORADA (1933)

FUNDAÇÃO GAFFRÉE E GUINLE (1933)

FUNDAÇÃO GAFFRÉE E GUINLE - PRONTUÁRIO (1933)

A SÍFILIS

“MEMORANDUM” (1933)

A MALARIOTERAPIA

ESTÁS MALUCO OUTRA VEZ? (1933)

MOZART DE ARAÚJO

DEUSDEDIT ARAÚJO

NAZARETH RETORNA PARA CASA (1933)

COLÔNIA JULIANO MOREIRA - PRONTUÁRIO (1933)

ERNESTO NAZARETH - 70 ANOS (1933)

OS MÉDICOS DA COLÔNIA (1933)

DR. HEITOR CARPINTEIRO PÉRES

O TRATAMENTO

O QUARTO

À CASA DO ADMINISTRADOR

O COMPORTAMENTO DE NAZARETH

ALBERTINA NAZARETH

À CASA ARTHUR NAPOLEÃO (1933)

O RECITAL QUE NÃO HOUVE (1933)

NAZARETH TENTA FUGIR NA CIDADE

NO TREM PARA “SÃO PAULO”

AS ÚLTIMAS FESTAS (1933)

PRENÚNCIO DA ÚLTIMA FUGA (1934)

FUGA E MORTE DE ERNESTO NAZARETH (1934)

O “ÚLTIMO” BILHETE

NO DIA SEGUINTE (1934)

E O CARNAVAL CHEGOU!... (1934)

ENCONTRADO O CORPO DE ERNESTO NAZARETH (1934)

COMO ESTAVA O CORPO DE NAZARETH (1934)

1º OU 4 DE FEVEREIRO? (1934)

ACIDENTE OU SUICÍDIO?

INSTITUTO MÉDICO LEGAL (1934)

UMA GRANDE COINCIDÊNCIA

PIXINGUINHA (1934)

A ÚLTIMA MORADA (1934)

FLORIANO DE LEMOS (1934)

CACHOEIRA DOS CIGANOS

MISSA DE 7º DIA (1934)

A LISTA DE PRESENÇA (1934)

EULINA QUER PROCESSAR A COLÔNIA (1934)

MISSA DE MÊS (1934)

MISSA DE RÉQUIEM (1934)

GASTÃO PENALVA (1934)

OTÁVIO BEVILACQUA (1934)

Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida

A IMPORTÂNCIA DE ERNESTO NAZARETH

A IMPORTÂNCIA DE ERNESTO NAZARETH

 

Quanto à importância de Ernesto Nazareth na Música Brasileira, sempre que indagado a esse respeito, ora me via atrapalhado na improvisação de uma resposta que pudesse mostrar o meu domínio sobre o assunto, ora repetia citações de autores consagrados que ratificavam minhas conclusões e me livravam de cometer os exageros típicos de admirador extremado. Portanto, o que se segue, de forma direta e descomplicada, ainda que extensa, trata-se de uma dissertação muito interessante.

A relevância de uma manifestação artística estará sempre sujeita à reação, positiva ou não, que a ela se seguir. Logo, a partir do momento em que alguém, ou movimento, interfere de forma significativa em esquemas já estabelecidos, temos algo verdadeiramente importante.

Quando Ernesto Nazareth surgiu, no final da década de 1870, ainda não existia uma música “genuinamente brasileira”, mas, sim, “feita no Brasil”. A maioria dos compositores da época sequer imaginava a possibilidade de se expressar por meio de uma linguagem eminentemente nacional. Poucos foram, e cada qual a seu modo, os que desenvolveram algo nesse sentido. E isso nos leva a reconhecer como a geração dos desbravadores aquela representada pelos seguintes nomes (em ordem cronológica): Henrique Alves de Mesquita, Antonio Carlos Gomes, Brasílio Itiberê da Cunha, Francisca Edwiges Neves Gonzaga, Joaquim Antonio da Silva Callado Júnior, Ernesto Nazareth, Alexandre Lévy e Alberto Nepomuceno.

Parece-me, contudo, que dentre esses foi Nazareth, talvez, quem melhores resultados alcançou quanto à sistematização da nossa música.

Com lucidez incomparável, sincretizou danças européias com algumas formas coreográficas brasileiras, dando-lhes novas cores mediante a aclimatação e ambientação do material rítmico-melódico. Esse processo de tropicalização de formas estrangeiras que, inspirado em constâncias populares, foi sistematizado, via Nazareth, e, em seguida, adotado pelo povo. (...) Foi, sem dúvida, dentro de sua época, a mais importante contribuição realizada em prol da música brasileira.

Aloysio de Alencar Pinto

REVISTA BRASILEIRA DE MÚSICA. Ernesto Nazareth - Flagrantes. Aloysio de Alencar Pinto. Ano II - nº 5. Rio de Janeiro, abril / junho de 1963;

A posição de Ernesto Nazareth, na história da música brasileira, é da maior importância, porque foi ele o fixador, na pauta musical, de fórmulas melódicas, de esquemas harmônicos e de células rítmicas que se tornaram representativas da musicalidade nacional. (...) Para o piano, Nazareth canalizou toda aquela música que andava dispersa pelas esquinas. O formulário rítmico e melódico do choro e da seresta carioca, a gíria improvisatória do maxixe, tudo isso Ernesto Nazareth captou, refinou, filtrou, transfigurou e condensou na sua obra pianística.

Mozart de Araújo

REVISTA BRASILEIRA DE CULTURA. Ernesto Nazareth. (José) Mozart de Araújo. Ano IV - nº 12. Rio de Janeiro, abril / junho de 1972;

Outros compositores, contemporâneos de Nazareth, notadamente Alves de Mesquita, Callado e Anacleto de Medeiros, também escreveriam música com tendência nacionalista. A influência de Ernesto Nazareth sobre compositores populares e eruditos foi e continua evidente. Até musicistas da envergadura de Villa-Lobos se louvaram da obra nazarethiana para soluções artísticas e estéticas.

Francisco Mignone

MIGNONE, Francisco (Paulo). Música. MEC / Bloch Editores. Rio de Janeiro, 1980;

Ernesto Nazareth completa a tríade (com Joaquim Antonio da Silva Calado e Chiquinha Gonzaga) de autores que mais significação tiveram nesse processo de fixação de um tipo nacional de música, para o qual os compositores “sérios” começam a pilhar cobiçosamente.

Luiz Heitor

JORNAL DO COMMERCIO. Centenário de Ernesto Nazareth. Luiz Heitor (Corrêa de Azevedo). Rio de Janeiro, 17 de março de 1963;

Realmente, alguns dos mais importantes músicos brasileiros, como Villa-Lobos, Mignone, Lorenzo-Fernandez (1897/1948), Camargo Guarnieri (1907/1993) e Marlos Nobre (1939), beberam da fonte nazarethiana.

É a verdadeira encarnação da alma musical brasileira; ele transmite, na sua índole admirável, espontaneamente, as emoções vivas de um determinado povo, cujo caráter apresenta tipicamente na sua música.

Heitor Villa-Lobos

ALMEIDA, Renato (Costa). História da Música Brasileira. Editora F. Briguiet. Rio de Janeiro, 1926;

Todavia, estaria Villa-Lobos se referindo à “alma brasileira” de qual região: norte, sul, sudeste, centro-oeste?...

Ernesto Nazareth não é totalmente um representante da alma brasileira. Falta-lhe a generalidade dos assuntos de cunho nacional. Está mais ligado à terra em que nasceu. É um maravilhoso compositor carioca. Seus achados rítmicos sugerem o ambiente do meio em que viveu e somente depois irão, talvez, consubstanciar modismos nacionais de ordem geral.

Baptista Siqueira

SIQUEIRA, (João) Baptista. Ernesto Nazareth na Música Brasileira; ensaio histórico-científico. Gráfica Editora Aurora Ltda. Rio de Janeiro, 1967;

Também não me parece ter sido Ernesto Nazareth “inventor” de ritmos, como afirmam alguns pesquisadores. O que ele fez, como tantos de sua geração, foi passar para a pauta vários ritmos já sistematizados, acrescentando-lhes, porém, características particulares à sua personalidade e criando, com isso, um estilo próprio, mão não um “ritmo novo, original!...” Houve, até, quem tentasse rebatizar o “tango brasileiro” de “nazarethxixe”, o que, apesar de ser muito simpático, é absolutamente descabido.

Quanto a classificar Ernesto Nazareth de músico erudito ou popular, a princípio convém esclarecer que existe uma corrente entre os críticos que prefere o termo clássico ao erudito. Meu saudoso amigo Luiz Paulo Horta (1943/2013) era o principal defensor da substituição do termo “erudito” pelo “clássico”. Para mim, essas duas expressões se aplicam perfeitamente ao nosso compositor, pois, segundo nos informa o Dicionário Aurélio, erudito se compreende por aquele “que tem erudição”, “que revela erudição” ou “que sabe muito”, e clássico por algo “da mais alta qualidade”, “cujo valor foi posto à prova do tempo”, “sem excessos de ornamentação; simples, sóbrio”, “escritor, artista ou obra consagrada, de alta categoria”. Logo, não haverá o menor engano em classificarmos Ernesto Nazareth tanto de erudito, se em sua obra encontramos todo um cabedal de conhecimento proveniente de autor bem preparado, quanto clássico, pela perpetuação do seu legado.

Ernesto Nazareth, no entanto, é um verdadeiro compositor “erudito”, o que se pode comprovar pela observação de algumas características da sua obra, que o colocam muito acima do sofrível nível técnico e artístico do músico popular: (1) melodias belas e originais, sempre diferentes de uma música para outra; (2) harmonia rica e coerente; (3) ritmo preciso e, dentro do limite imposto pela dança escolhida, variado. (4) E, acima de tudo, em sua grande produção, uma notável diversidade de soluções de técnica pianística.

Osvaldo Lacerda

ESTE BRASIL QUE TANTO AMO - CD de Eudóxia de Barros, piano. Paulinas Comep. São Paulo, 1995. Texto por Osvaldo Lacerda;

Se a música de Ernesto Nazareth tem todas as características eruditas desde a forma ao conteúdo, se mantém os princípios estéticos universais de variedade na unidade, se nos modelos formais, quer de estrutura, quer de desenhos, segue o melhor de todos os clássicos, (...) então essa música só tem um destino: “viver enquanto houver inteligência sobre a Terra”.

Baptista Siqueira

SIQUEIRA, (João) Baptista. Ernesto Nazareth na Música Brasileira; ensaio histórico-científico. Gráfica Editora Aurora Ltda. Rio de Janeiro, 1967;

Artista de formação irregular, praticamente autodidata, mas com pretensões a tornar-se grande intérprete do repertório clássico, Nazareth jamais viveria exclusivamente de recitais. Sem condições financeiras para empreender estudos e carreira no exterior ou qualquer interesse em “arrumar-se” junto ao serviço público, nosso artista encontrou seu caminho na música de temática popular, cuja linguagem estava mais próxima da realidade que o cercava.

A predominância, na sua obra, de algumas poucas danças da nossa música (tango, maxixe, valsa, polca) e a sua limitação a um só instrumento, levam muita gente a classificá-lo como compositor “popular” ou, na melhor das hipóteses, como um “semi-erudito”.

Osvaldo Lacerda

ESTE BRASIL QUE TANTO AMO - CD de Eudóxia de Barros, piano. Paulinas Comep. São Paulo, 1995. Texto por Osvaldo Lacerda;

Sua música tem sido amplamente questionada: erudita ou popular? A música pode ser erudita, folclórica ou popular. Há, no entanto, entre a erudita e a popular, aquele meio termo, a semi-erudita, na qual se enquadra perfeitamente bem a música de Nazareth, que também pode ser considerada, em outras palavras, um clássico da música popular. Assim também podemos classificar, embora não com a mesma genialidade, um Eduardo Souto, Chiquinha Gonzaga, Zequinha de Abreu ou Marcelo Tupinambá. Nazareth seria, para nós, o que Strauss foi para a Áustria.

Eudóxia de Barros

NOTÍCIAS EM PIANO FORTE. Nº 39. Eudóxia de (Campos) Barros (Lacerda). São Paulo, agosto de 1989;

Repetida em muitas citações encontramos a expressão “semi-erudito”. Dai, faz-se necessário esclarecer, de uma fez por todas, o quanto ela não se aplica corretamente à obra de Nazareth. Primeiramente, semi significa “meio” ou “metade”. E mesmo não tendo sido um musicista tão completo quanto, por exemplo, Francisco Mignone, que compôs de maxixes e cateretês até concertos, bailados, óperas e sinfonias, Nazareth também nunca foi “meio” músico ou músico pela “metade”... Classificá-lo de “semi-qualquer-coisa” só porque compôs para um único instrumento demonstra, no mínimo, falta de conhecimento do assunto.

O piano era a “praia” de Ernesto Nazareth, e só. O piano bastava-lhe, e pronto. A única pretensão de Ernesto Nazareth era criar, para o piano, algo belo, bem feito e estruturado nas mais rígidas normas musicais, pois acreditava que, dessa maneira, sua arte jamais seria relegada a um plano inferior. Ele tinha consciência de que agradando ao espírito mais sensível e ao intérprete mais exigente, sua música se tornaria imortal. E nada mais que isso...

Duas coisas dão-me imenso prazer: uma pessoa a ouvir-me com reverência e um pianista “desconcertado” ao tentar transpor alguma dificuldade encontrada em minha música!...

Ernesto Nazareth

NAZARETH SISTON, Julita. Entrevista concedida ao autor. Rio de Janeiro, s/d;

Scott Joplin (1868/1917), o similar norte-americano do nosso compositor, gastou todos os seus recursos, financeiros e físicos, na elaboração de uma “ópera-rag” intitulada Treemonisha (1911), e que só teve uma única apresentação durante a vida do autor. Joplin queria voar mais alto. É obra interessante, mas sem a mesma relevância universal alcançada com seus inimitáveis “rags” ou “ragtimes”.

Já em relação ao termo popular, devemos entendê-lo como “próprio do povo”, “feito para o povo”, “agradável ao povo” ou “vulgar, trivial, ordinário”. Nazareth não era popular, no sentido mais amplo da palavra, como Chiquinha Gonzaga (O abre-alas), Catullo da Paixão Cearense (Luar do sertão), Eduardo Souto (Tatu subiu no pau) e José Barbosa da Silva, o “Sinhô” (Gosto que me enrosco), entre outros. Ele era, sim, popularizado, ou seja: “reconhecido ou estimado do povo”.

Não se pode dizer que Ernesto Nazareth, por ter escripto tangos, valsas e polkas fosse um compositor de musica popular. Elle as compoz com tão bizarra technica e fantastica execução, que as tornou inaccessiveis aos menos conhecedores do teclado.

Mariza Lira

REVISTA PRANOVE. Ernesto Nazareth; o rei do tango brasileiro (“Galeria Sonora”). Marisa (Maria Luiza) Lira (de Araújo). Anno I - nº 7. Rio de Janeiro, dezembro de 1938;

Praticamente, tudo o que Nazareth escreveu se direcionou ao piano. E o piano nunca foi um instrumento “próprio do povo”, “feito para o povo...” O compositor, também, sempre se preocupou em dar uma concepção mais nobre à sua arte, evitando, sistematicamente, descambar para o popularesco.

Minhas músicas não foram feitas para serem dançadas; mas, sim, ouvidas!...

Ernesto Nazareth

NAZARETH SISTON, Julita. Entrevista concedida ao autor. Rio de Janeiro, s/d;

Ernesto Nazareth foi tipicamente o criador de uma obra voltada para as classes média e alta, pois dificilmente pessoas menos favorecidas adentrariam em alguma casa de música, pediriam uma partitura, pagariam por ela e chegando em casa ainda encontrariam não só o instrumento à disposição como alguém com o conhecimento necessário para interpretar qualquer peça a partir de um pentagrama.

Machado de Assis (1839/1908) disse alhures que “música popular é aquela que convida a dançar e decora-se depressa...” Levando-se já em conta suas valsas e algumas polcas, que “tangos” de Nazareth poderíamos, realmente, considerar um “convite à dança”?

Nazareth nem sequer escrevia danças para serem dançadas. A sua síntese admirável da dança urbana carioca, do choro, da seresta, é de caráter eminentemente artístico e concertístico. Não gostava de tocar suas valsas, os seus tangos, as suas polcas “para dançar”. Isso o humilhava... Queria ser “ouvido”, e se não lhe davam atenção, parava.

Andrade Muricy

MÚSICA & DISCO. Chiquinha Gonzaga. (José Cândido de) Andrade Muricy. Ano III - nº 4. Rio de Janeiro, abril de 1959;

Chiquinha Gonzaga fez e promoveu o maxixe. Nazareth, não!!! Se alguém dançou o “Brejeiro”, como maxixe, Nazareth nada teve com isso...

Baptista Siqueira

SIQUEIRA, (João) Baptista. Ernesto Nazareth na Música Brasileira; ensaio histórico-científico. Gráfica Editora Aurora Ltda. Rio de Janeiro, 1967;

(...) poderíamos apontar também o caráter anticoreográfico de muitas das obras do mestre. Autor de uma obra que se compõe, na sua quase totalidade, de peças dançantes (tangos, valsas, polcas, schottisches, quadrilhas e mazurcas), Nazareth nem sempre foi, a rigor, um autor de música para dançar. Nem todas as suas valsas, nem todos os seus tangos, embora estruturados em períodos regulares e simétricos, podem ser dançados. E pelo depoimento dos que com ele privaram, podemos afirmar que Nazareth não compunha pensando em bailes, muito embora fosse o salão o cenário preferido das suas exibições. Preferia o serão familiar ao sarau-dançante.

Mozart de Araújo

REVISTA BRASILEIRA DE CULTURA. Ernesto Nazareth. (José) Mozart de Araújo. Ano IV - nº 12. Rio de Janeiro, abril / junho de 1972;

E quanto ao “decora-se depressa”? Certamente, referia-se Machado à música de melodia simples ou possuidora de versos banais. Das 211 composições do genial carioca, apenas 19 receberam letra e destas só 9 saíram impressas.

Efetivamente, no extenso catálogo do nosso compositor, não encontramos mais do que cinco ou seis peças providas de letra. E nessas poucas peças é manifesta a ausência de vocalidade, ou seja, a ausência daquelas características que, por se adaptarem à natureza da voz humana, tornam as músicas cantáveis. (...) Antivocal e anticoreográfico, ele foi, por temperamento, um músico de salão. É daí o caráter pianístico da sua obra. Em vão procuraremos na produção dos compositores de sua categoria um domínio tão perfeito do teclado e uma técnica pianística tão aprimorada.

Mozart de Araújo

REVISTA BRASILEIRA DE CULTURA. Ernesto Nazareth. (José) Mozart de Araújo. Ano IV - nº 12. Rio de Janeiro, abril / junho de 1972;

Acentue-se, ainda, uma faceta de Nazareth a favor de suas inclinações para a música de maior esmero: a ausência completa (!) de letras. Despojando-a, assim, da característica essencial da música dita popular, justamente uma das suas razões de penetração nas camadas do povo: fusão do melódico com a poesia.

Edigar de Alencar

DIA (O). Ernesto Nazareth. Edigar de Alencar. Rio de Janeiro, 24 e 25 de março de 1963;

Chiquinha Gonzaga e Nazareth foram naturezas muito diferentes, mas que se completavam. Chiquinha Gonzaga é mais popular. A sua arte está mais próxima da canção, gênero de eficiência incomparável sobre o povo. Nazareth tentou a canção, sem êxito. Chiquinha Gonzaga estava inteiramente à vontade no terreno da música popular. Não visava, como Nazareth, a artística elevada.

Andrade Muricy

MÚSICA & DISCO. Chiquinha Gonzaga. (José Cândido de) Andrade Muricy. Ano III - nº 4. Rio de Janeiro, abril de 1959;

E como explicar a projeção alcançada por Ernesto Nazareth no meio musical de seu tempo?

Pela leitura e pelo confronto, pude verificar que as obras de Nazareth, desde as primeiras, estão situadas num plano muito superior ao das peças deixadas pelos seus colegas de ofício. (...) Apesar de bons pianeiros, nenhum deles conseguiu, como Nazareth, aquele apuro de metier, aquela fatura orgânica, em que a melodia, harmonia e ritmo se entrosam de maneira quase espontânea, onde um refinamento de expressão já extravasa os domínios da música popular, atingindo despretensiosamente o nível das criações artísticas. Ele realiza, com material que os outros desdenhavam, verdadeiros achados para a nossa música.

Aloysio de Alencar Pinto

REVISTA BRASILEIRA DE MÚSICA. Ernesto Nazareth - Flagrantes. Aloysio de Alencar Pinto. Ano II - nº 5. Rio de Janeiro, abril / junho de 1963;

Sua popularidade, inigualável em extensão e profundidade, a maior de todos os tempos, veio sendo conquistada com a insistência da boniteza e perfeição de suas composições.

Mariza Lira

DIÁRIO DE NOTÍCIAS. Brasil sonoro; o tango brasileiro. Mariza (Maria Luiza) Lira (de Araújo). Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1957;

(...) que força poética, que pureza rítmica a desse compositor que se popularizara apenas pelo ritmo quente e gostoso das suas melodias! E, sobretudo, que fidelidade, que nativismo o seu, refletindo nas suas partituras a vida do Rio de então.

Edigar de Alencar

DIA (O). Ernesto Nazareth. Edigar de Alencar. Rio de Janeiro, 24 e 25 de março de 1963;

A julgar pela popularidade da música pianística de Ernesto Nazareth, podemos considerá-lo como o segundo compositor que realmente conseguiu atingir o grande público brasileiro amante da música, depois de Carlos Gomes. É provável que o caráter semi-popular de sua obra o tenha ajudado a penetrar em tantos lares (...); mas o que parece óbvio é que sua música obteve um lugar seguro e permanente em nossos corações.

Vasco Mariz

MARIZ, Vasco. História da Música no Brasil. Editora Civilização Brasileira S.A. Rio de Janeiro, 1983;

Se o valor intrínseco da obra de Ernesto Nazareth ajudou sobremaneira a disseminá-la, não podemos esquecer também a condição privilegiada do autor como intérprete e divulgador.

Compositor, pianista, acompanhador e professor particular de piano, nosso biografado tocou em clubes, bailes, batizados e casamentos, trabalhou em casas de música e cinemas, excursionou, gravou discos; apresentou-se em programas de rádio, etc; desse modo, alcançou uma popularidade que poucos de sua geração tiveram oportunidade de conhecer. Foram 53 anos de atividades artísticas, desde a edição da primeira música, em dezembro de 1878, até o último recital, em fevereiro de 1932. Cinco décadas de pura, sincera e proveitosa devoção à música!

Mas, se Ernesto Nazareth teve papel tão significativo na música brasileira, por que, então, passou a contar com a providencial ajuda dos filhos no final da vida, salvando-se, assim, das raias da indigência?...

Citemos três razões absolutamente significativas:

1) a geográfica:

Ele nasceu no Brasil;

2) a concernente aos Direitos Autorais:

Sabemos que somente nos dias de hoje, graças ao aprimoramento das leis autorais e respectivos dispositivos de arrecadação, pode um artista consagrado equiparar o saldo da conta bancária à projeção do seu nome;

3) a instrumental:

O piano, na condição de principal veículo de divulgação de sua arte, foi sendo substituído gradativamente pelos fonógrafos, gramofones, victrolas, rádios e rádio-victrolas.

Assim, tanto Nazareth quanto Francisca Gonzaga, Eduardo Souto, Zequinha de Abreu e Marcello Tupynambá, entre outros, foram saindo de cena. Ernesto passou a contar com o auxílio dos filhos; Chiquinha subsistiu com algumas economias mais um pró-labore da SBAT, instituição que ajudou a criar; Souto, já velho, voltou a exercer a mesma atividade de sua mocidade: bancário; Zequinha foi vender música de porta em porta; Tupynambá, cego, veio a falecer na casa comprada com dinheiro arrecadado a partir de uma subscrição pública.