Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
VITÓRIA (1918)
VITÓRIA (1918)
Nesse ano, ainda saiu, por E. Bevilacqua & Cia., a primeira e única edição da marcha Vitória (Ch. nº 7941), com letra de José Moniz de Aragão e dedicada “aos Alliados”. No arquivo do autor, encontram-se dois recortes de jornais, não identificados, com os seguintes dizeres:
VICTORIA! - Quem há por ai que não conheça o Nazareth? Ninguem, por certo. É o compositor de tangos e maxixes de maior agrado, no Rio. Mas, o Nazareth, Ernesto Nazareth, compõe outras musicas - são valsas, polkas, marchas e algumas de mais vulto. A sua ultima producção é uma marcha, por signal que uma bella marcha, chamada “Victoria!”, sob letra do Sr. José Moniz Aragão. “Victoria!” é dedicada aos alliados. E agradecidos pelo exemplar que nos foi offerecido.
COLEÇÃO LUIZ ANTONIO DE ALMEIDA. Rio de Janeiro;
VICTORIA! - Do conhecido compositor Sr. Ernesto Nazareth recebemos a marcha “Victoria”, letra do Sr. José Moniz de Aragão, escripta expressamente como homenagem á victoria das armas alliadas. Como todas as composições do consagrado musicista, a marcha “Victoria” está destinada a obter um ruidoso successo.
COLEÇÃO LUIZ ANTONIO DE ALMEIDA. Rio de Janeiro;
VITÓRIA - LETRA
I Parte
Já ressoou lá no campo alliado,
Nas regiões cheias de sangue e gloria,
Um grito por mil boccas proclamado,
Que nos previne a hora da victoria.
E quando ouvimos todos nós vibramos,
O repetimos com calor ardente;
E nossa patria tambem sublimamos
E sublimamos tambem nossa gente!
II Parte
Contra a razão, já hoje em dia,
Não tem valor a tyrania!
E conseguimos batalhar,
A paz do mundo assegurar!
Avante! Avante!
Era este o grito ao combater,
Pois nesta causa triumphante,
Nossa divisa era vencer,
Possue valor, possue firmeza
Que a lutar, com força e gloria,
Consegue, alto e com nobreza,
Soltar um brado de victoria.
III Parte
O mundo inteiro, que se vê defenso,
Contra o tyrano do povo allemão,
Nesta victoria deve ter o incenso,
Que lhe perfume e suba ao coração.
IV Parte
É tambem justo que, aos heroes do feito,
Sejam rendidos hymnos e louvores,
Nas homenagens a que têm direito,
Que por direito devem ser de flores!!
COLEÇÃO LUIZ ANTONIO DE ALMEIDA. Rio de Janeiro;