Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
BAPTISTA SIQUEIRA
BAPTISTA SIQUEIRA
Em 1932, Ernesto Nazareth, glória da música carioca, se aproxima do ocaso. Mas, o sol não costuma desaparecer no horizonte sem mandar, por instantes, raios de luz a brincar sobre as frontes verdejantes, as praias, os bosques floridos e os montes elevados... Foi o que se deu com ele. Dá-nos uma surpreendente demonstração de vitalidade e energia criadora ao oferecer, no antigo Estúdio Nicolas, um recital, onde recebeu aplausos calorosos, antes de seguir em excursão artística para o Rio Grande do Sul. Essas duas realizações artísticas, que a princípio parecem oportunas, e até humanitárias, por trazerem o compositor ao aconchego do povo, deram, ao contrário do que se esperava, resultado desfavorável. O esforço que fez, para não despertar suspeitas da surdez, acabara esgotando aquela fonte de energia criadora.
Baptista Siqueira
SIQUEIRA, (João) Baptista. Ernesto Nazareth na Música Brasileira; ensaio histórico-científico. Gráfica Editora Aurora Ltda. Rio de Janeiro, 1967;