Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
PINGUIM
PINGUIM
Composto entre 1922 e 1926, o “tango” Pingüim (cujo título original talvez tenha sido Ressaca), reapareceu, em 1930, dedicado ao amigo Oscar Rocha, um dos proprietários da casa “Ao Pinguim”, situada à Rua do Ouvidor, nº 121.
Filial de uma fábrica de geladeiras, a “Ruffier”, esse mesmo estabelecimento ainda vendia discos clássicos, rádios, victrolas, carrinhos para creanças e demais petrechos para jogos de xadrez, damas e gamão, mezas para poker, objectos de arte e brinquedos finos.
E por ter se tornado, o sr. Rocha, em meados de 1930, sócio da referida casa, Mozart de Araújo concluiu que Pinguim também datasse da mesma época; tornando-o, portanto, na opinião do ilustre musicólogo cearense, o “último tango” de Ernesto Nazareth. Não foi!... Pois, nos derradeiros anos de sua vida, quando diante da necessidade de homenagear alguém com uma música e sem a menor disposição para compô-la, o pianista simplesmente procurava alguma obra entre seus “rascunhos”, mantinha-lhe ou não o título original e, daí, acrescentava a dedicatória que melhor lhe conviesse.