Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
A MALARIOTERAPIA
A MALARIOTERAPIA
Àquela época, segundo me informou o Dr. Heitor Carpinteiro Péres, único dos médicos de Nazareth que ainda vivia 55 anos depois da morte do compositor, existiam dois tipos de tratamento para o sifilítico: a aplicação de uma injeção de mercúrio, a “914”, que de tão forte costumava matar o paciente ou, no mínimo, desprender-lhes os dentes, e a “moderníssima” malarioterapia.
A malarioterapia era um tratamento que consistia em injetar a malária benígna no doente, para que ele tivesse cerca de oito acessos de febre, pois o micróbio da sífilis não resiste a altas temperaturas. Se, após o tratamento, a doença ainda persistisse, Nazareth provavelmente morreria dentro de mais dois ou três anos. Ele entraria num quadro crônico de meningoencefalite-difuso-sifilítico; comprometendo, assim, suas funções cerebrais e como conseqüência o estado neuro-vegetativo.
Dr. Heitor Carpinteiro Péres
CARPINTEIRO PÉRES, Heitor. Entrevista concedida ao autor, por telefone. RJ, 21 de outubro de 1989;