Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
FRED FIGNER (1891)
FRED FIGNER (1891)
Seria, de minha parte, imperdoável deixar de falar, mesmo que superficialmente, da personalidade ímpar de Frederico Figner, judeu nascido em Milevsko u Tabor (Tchecoslováquia), aos 2 de dezembro de 1866, e falecido no Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1947, com a idade de 81 anos.
Dono de espírito empreendedor, foi responsável pela implantação da indústria fonográfica no Brasil; tudo começando após ouvir de certo amigo, em San Francisco, Califórnia, o conselho de que vindo para cá ficaria rico.
Em agosto de 1891, Figner desembarcou com um fonógrafo em Belém do Pará, onde cobrava 1$000 (um mil-réis) de quem quisesse ouvir a “novidade”; alcançando, o seu negócio, público significativo de quatro mil pessoas. Depois, conheceu Manaus, Natal, João Pessoa (cidade então denominada Parahyba), Recife e Salvador; passando a residir, a partir de 21 de abril de 1892, no Rio de Janeiro, definitivamente.
Por volta de 1900, fundou a famosa Casa Edison, à Rua do Ouvidor, nº 107, especializada na venda de fonógrafos (que só reproduziam sons), grafófonos (que também gravavam), cilindros e, pouco depois, gramofones e respectivos discos.
Em 1902, sob os auspícios de Figner e seu estabelecimento, realizou-se a primeira gravação feita no Brasil em “chapa” (não cilindro!...). Era o “lundu” Isto é bom, de Xisto Bahia, interpretado pelo cantor Baiano (1870/1944), em disco zon-O-phone, nº 10.001.