Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
E O CINEMATÓGRAFO CHEGOU!... (1897)
E O CINEMATÓGRAFO CHEGOU!... (1897)
No dia 27 de junho, em tarde de sábado, à Rua do Ouvidor, nº 116, Frederico Figner apresentou, ao público carioca, outra invenção de Thomas Alva Edison: o Kinetoscópio, curiosa máquina, tipo armário, medindo 1 metro e 20 centímetros de altura, com uma janelinha de vidro por onde se podia ver algumas imagens em movimento.
Onze dias depois, 8 de julho, quarta-feira, também à Rua do Ouvidor, mas no número 57, pela primeira vez no Brasil se projetou sobre tela uma imagem animada, com scenas de acrobata, banda de música marchando, bombeiros em serviço, brigas de galos, de gatos (!), chegada de trem à estação, danças do ventre e da serpentina, uma praia e trechos de boulevard parisiense. Chamava-se, a engenhoca, Omniographo.
Mas foi Paschoal Segreto, jovem imigrante italiano, então com 29 anos, que inaugurou, a 31 de julho de 1897, no nº 141 da mesma rua, o mais célebre cinematógrafo do final do século no Rio de Janeiro, o Super-Lumière, instalado no Salão de Novidades Paris no Rio. O Salão Paris (...), foi o primeiro cinema do Rio de Janeiro, quiçá do Brasil, porque (...) os cinemas anteriores foram ambulantes e instáveis.
Isabel Lustosa
FILME CULTURA (“Cinemas”). Rua do Ouvidor; o palco das novidades. Isabel Lustosa. Empresa Brasileira de Filmes S.A. (Embrafilme) / Ministério da Cultura - nº 47. Rio de Janeiro, agosto de 1986;