Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
AS ÚLTIMAS FESTAS (1933)
AS ÚLTIMAS FESTAS (1933)
Ele tocava piano na casa do Almeida (administrador). Quando tinha festa lá nós íamos: baile, Natal, São João... Ele ía, eu e o Ênio também. Era um pessoal que “armava” bem; que podia entrar em qualquer salão. Não compôs nenhuma música na Colônia. O negócio dele era apenas “bater” o tempo da música. Tocava, também, naqueles bailes pequenos por alí, onde havia piano.
Nas festas, ele se comportava bem, dançava... Sujeito acostumado nesse meio. Dançava valsa, qualquer coisa. O Ênio não gostava de dançar, e era novo, sujeito com 24 anos, 23, não gostava de dançar, nem gostava que agarrassem ele. Uma moça queria agarrar ele e ele ficava todo cheio de medo. As meninas dançavam com ele e onde o deixassem ficava, com o seu terno amarrado nas pontas. Não conversava.
Nazareth tocava piano nas festas, as músicas dele. Fora da Colônia (nas imediações), nós só fomos a uma ou duas festas, festa de São João, negócio de fogueira... Ele gostava, se distraía... Mas tinha que ter cuidado, se distraísse na primeira oportunidade metia o pé na estrada.
Bento d’Ávila
ÁVILA, Bento Manuel Moreira de. Entrevista concedida ao autor. RJ, 1979;