Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
CAPRICHO E POLONESA
CAPRICHO E POLONESA
Na primeira das três partes desse recital do dia 2 de junho, Ernesto Nazareth interpretou Capricho, Êxtase e Polonaise, sendo a primeira e última composições não datadas pelo compositor.
O saudoso Prof. Heitor Alimonda (1922/2002), no último programa de rádio do qual participou, deixou-nos as seguintes impressões antes de interpretar Capricho:
É uma peça muito difícil. Ela faz companhia a uma famosa “Polonaise” que ele escreveu. Música internacional. Música que nada tem a ver com música brasileira, realmente. Ele estava, talvez, aprendendo a compor. Então, ele botava tudo o que podia no papel. De uma certa forma é meio rapsódico, digamos assim, que os motivos vão se modificando um atrás do outro... Agora, com uma demonstração já do seu brilho pianístico e uma demonstração já de como ele se embrenhou na música de Chopin, na música dos românticos internacionais. E é impressionante, também, verificar o domínio que ele tem do piano. Eu imagino o pianista que ele teria sido. Que pena que não existe gravação não... Mas só dos “tangos”, que era o que interessava mais. Então, essa obra é uma obra que merece ser descoberta, e eu vou trabalhar nesse sentido.
Heitor Alimonda
ALIMONDA, Heitor. Entrevista concedida ao produtor Lauro Gomes. Programa “Música e Músicos do Brasil”, Rádio MEC, Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2001;
