Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
JOÃO BAPTISTA BOAVENTURA & THEODORA FRANCISCA
JOÃO BAPTISTA BOAVENTURA & THEODORA FRANCISCA
Por volta de 1848, casaram-se João Baptista Boaventura Soares de Meirelles e Theodora Francisca de Castro Leal, que passou a assinar Theodora Francisca Leal de Meirelles.
Quanto ao noivo, já sabemos algumas coisas, acrescentando-se, porém, que herdou, com a morte do pai, parte das terras da sesmaria, a casa sede da fazenda e mais alguns escravos. Theodora Francisca, por sua vez, não possuía bens, mas era de família excelente e das mais antigas do Rio de Janeiro. E dos seus parentes mais próximos, conhecemos: João Francisco Leal, seu pai, pianista e compositor diletante, autor de um lundum que começava com as palavras “Esta noite, ó céus, que dita...” (1830) e do hino Deus salve a Pedro! (1835); Antonio Francisco de Castro Leal, irmão, autor da letra do lundu Estamos no século das luzes (1857); José Francisco de Castro Leal, irmão, casado, ou ainda por se casar, com “tia Zinha” ou “tiazinha”; os filhos deste, Francisco, o “Chico K. Andô” (pseudônimo usado quando, mais tarde, se tornaria músico popular, por sinal, sem grande expressão), Antônio, o “Tiní”, e Antonietta, a “Tatá”, que viria a se casar com Carlos Gusmão, tio de Joaquim da Silva Gusmão, tendo com este duas filhas: Marietta e Marina. E, finalmente, os sobrinhos Manoel Francisco de Castro Leal (“Maneco” Leal), compositor de pelo menos uma dezena de peças, entre as quais a polca Apuros do Lulú, dedicada ao primeiro neto de Theodora Francisca (Luiz Francisco Leal, o “Lulu”), e João Cândido de Castro Leal, a quem Ernesto Nazareth dedicaria o “tango” Famoso, em 1917.