Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
PAULO TAPAJÓS
PAULO TAPAJÓS
Entre os melhores intérpretes do nosso cancioneiro popular encontrava-se o violonista, homem de rádio e emérito pesquisador da música brasileira Paulo Tapajós Gomes, nascido no Rio de Janeiro, aos 20 de outubro de 1913, e na mesma cidade falecido, em 29 de dezembro de 1990.
Pai de Dorinha (“Quarteto em Cy”), Maurício e Paulinho Tapajós, o “velho” Paulo teve uma única oportunidade de ver e ouvir Ernesto Nazareth. Nunca mais esqueceu. Vamos, então, ao que contou-me o saudoso amigo:
Eu conheci o Nazareth por volta de 1927 ou 1928. Como eu sou de 1913, deveria estar com meus 14 ou 15 anos. Eu era aluno do Instituto Lafayette, na Tijuca, e tinha um amigo que era sobrinho do Gastão Penalva, o Hélio (de Souza Luz). Uma vez ele me levou a casa do tio (à Rua Urbano dos Santos, nº 70), na Urca, para um sarau. É claro que o convidado de honra era o Ernesto Nazareth. A casa tinha dois andares e eu ficava da escada vendo o Nazareth. O piano era do tipo armário. Só ele tocou. Tocou a noite toda. Só músicas dele. Ele tocava inclinado para o lado direito, para ouvir melhor. Eu, pelo menos, me lembro de duas músicas: a valsa Confidências e o Apanhei-te, cavaquinho!..., que ele tocava mais lento, mais tranqüilo do que o pessoal de hoje toca.
Paulo Tapajós
TAPAJÓS (Gomes), Paulo. Entrevista concedida ao autor. Rio de Janeiro, 11 de março de 1989;
Uma observação: a casa ainda existe.