Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
ELZA LACERDA FRANCO DE ABREU
ELZA LACERDA FRANCO DE ABREU
Desses três vizinhos, somente Dona Elza continuava no mesmo endereço. Fui visitá-la. Ela era artista plástica e tinha certa obsessão em reproduzir, sobre telas, o rosto de Cristo.
Fui sua vizinha por volta de 1930 ou 1931. Eu era admiradora dele. Era um prazer ouvi-lo tocar. Eu ouvia da minha casa mesmo. Nunca fui visitá-lo. Ainda que o admirasse, naquele tempo não havia as liberdades de hoje. Mesmo sendo uma grande admiradora, vontade eu tinha de visitá-lo, mas, ainda assim, nunca fiz isso. Sempre que nos encontrávamos, na rua mesmo, nós nos cumprimentávamos. E era só isso. Ele era uma pessoa muito querida. As crianças mexiam com ele. Ele não gostava de usar chapéu, então seu cabelo, muito liso, estava sempre atrapalhado, dando ao maestro uma aparência excêntrica. Daí, as crianças terem por ele uma mistura de carinho e medo. Bastava ele aparecer na esquina que algumas crianças saíam correndo dele.
Elza Lacerda Franco de Abreu
ABREU, Elza Franco Lacerda de. Entrevista concedida ao autor. Rio de Janeiro, s/d;
Na lista de presentes à Missa de Sétimo Dia do pianista, reproduzida pelo Jornal do Brasil , encontra-se a assinatura de uma certa “Mme. Olga (sic) Lacerda Abreu”. Certamente, um engano de quem leu a lista original e repassou para o jornal.
JORNAL DO BRASIL. Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 1934;