Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
“ELZINHA” É BATIZADA (1927)
“ELZINHA” É BATIZADA (1927)
Aos 10 de abril, domingo, na Igreja de São José, dos Padres Passionistas, à Rua Araripe Júnior, no bairro do Andaraí, deu-se o batismo de Elza Pinto Torres, sendo madrinha Julita de Meirelles Nazareth, que aniversariava no mesmo dia. Após o almoço comemorativo à ocasião, realizado à elegante residência de “Lulu” Leal, Ernesto, que havia ficado exultante com a formosura da menina, passou a tarde toda, de bom grado, ao piano.
Na nossa casa de Barão de Amazonas (atual Rua Marquês de Valença) papai avisava: “ - Hoje vou levar Ernesto para jantar...” Era uma noite cheia!... Depois do jantar, levavam tio Ernesto para a sala de música, onde estava o piano-pianola que nós tocávamos com pedais e rolos de papel furado. Era uma noite ótima, com valsas e, ainda, a pedido de mamãe e de Maly, minha irmã, músicas de Chopin. Lembro-me, também, do jeito de tocar com o corpo todo virado... Só depois fiquei sabendo que era a audição fraca que o fazia aproximar o ouvido para ouvir melhor a música. Geralmente, o sarau terminava com tio Ernesto tocando o “Apanhei-te, cavaquinho!...”
Paulo de Tarso Leal
LEAL, Paulo de Tarso. Depoimento por escrito feito especialmente para o autor. RJ, 12 de agosto de 1992;