Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
CARDOSINA (1905)
CARDOSINA (1905)
Homem de muitas amizades, entre as quais a do farmacêutico José Pinto Duarte e sua esposa, Adelaide Cardoso Duarte, proprietária da Farmácia Homeopata Almeida Cardoso (recentemente extinta), Nazareth sempre viveu às voltas com problemas financeiros. E José, ciente disso, sendo dono de alma generosa, procurou ajudá-lo, em certa ocasião, encomendando-lhe uma música para distribuir como brinde; surgindo, assim, a valsa Cardosina, “offerecida por Almeida Cardoso & Cia. a seus distinctos freguezes e amigos”.
Todavia, como a intenção, na verdade, era só a de auxiliar o pianista, pagou-se pelo serviço e a valsa foi parar em uma gaveta, sob a guarda de Maria, filha mais velha de José e Adelaide, lá ficando até a morte desta, sete décadas mais tarde.
Anos depois, Anna Cardoso Duarte Gallo, a caçula da família, fez chegar às mãos da pianista Maria Alice Saraiva e, posteriormente, às nossas, uma cópia de Cardosina; que ainda hoje, mesmo tendo sido gravada pelo pianista Miguel Proença , encontra-se não editada. E segundo nos informou Dona Annita, “Cardosina” era o nome de um xarope “para tosses e bronquites” fabricado pelo laboratório de seus pais.
ERNESTO NAZARETH - INÉDITO - LP de Miguel Proença, piano. Arsis. Rio de Janeiro, l987. Texto por Luiz Antonio de Almeida;