Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
DIGO (1900)
DIGO (1900)
E também pela mesma Fertin de Vasconcellos, Morand & Cia., saiu a primeira edição do “tango característico”, Digo (Ch. nº F 385 M.), dedicado “á gentil senhorita” Constança Teixeira.
Filha de um próspero comerciante lusitano, José Luiz Teixeira Júnior e de Dona Delphina Teixeira, Constança, cujo apelido era “Digo”, foi atriz de projeção no teatro amador do princípio do século XX, especialmente junto ao Club Fluminense, presidido por seu pai.
Com as irmãs, Day-Natha, a “Rata”, e Lúcia, a “Coré” (então namorada de “Lulu” Leal), “Digo” organizava, em seu palacete à Rua Esperança (atual Rua General Padilha), quase esquina com Rua Major Fonseca, em São Cristóvão, alguns dos bailes mais concorridos da sociedade local, conhecidos por: Bleu, Blanc e Rosé. Do que se tratava?... Bem, quando o baile recebia o nome de Bleu, todos tinham que comparecer portando, em seu vestuário, alguma peça ou detalhe azul, dando-se o mesmo com as outras cores. E não possuindo, certamente, Ernesto e “Lulu”, camisas com as cores em questão, apelavam para as hábeis mãos de “Dorica”, esposa do primeiro, e “Joanninha”, mãe do segundo que, improvisando, costuravam sobre os colarinhos e punhos (que naqueles tempos eram presos às camisas por pequenos botões) tecidos com as cores pedidas.