Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
DOIS CARTÕES (1929)
DOIS CARTÕES (1929)
No arquivo do pianista, encontram-se dois cartões com referências ao passamento de Theodora Amália: um do Conde de Affonso Celso, autor do célebre livro “Por que me ufano do meu país”, com data do dia 12 e as palavras “Cordiais Condolências”, e outro do médico Numa Correia de Carvalho e senhora, com os seguintes dizeres:
Maestro Nazareth
por um telegramma do Rio
no “Estado”, soubemos do
fallecimento de sua exma.
Senhora, e, consternados,
enviamos ao bondoso e pre-
zado amigo, nossos senti-
mentos de profundo pezar.
Numa Correia de Carvalho
e Snra.
Sorocaba, 14.5.929.
ACERVO ERNESTO NAZARETH. Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro;
REMINISCÊNCIA
À memória de minha mãe Theodora.
Doces reminiscências do passado...
Vós sois o encanto do viver presente,
Pois trazeis, ante a luz do pensamento,
Todos os seres a quem hei amado.
Muitos eu já perdi, pois é o meu fado.
Feliz não fui, mas Deus que é bom concede
Que, entre esses a quem amo, veja ainda
Um terno coração sempre a meu lado.
Tesouro de virtudes, alma grande, sofrida.
Manancial de amor e de bondade.
A dar-se a todos desveladamente,
Viva imagem da mãe sempre querida.
Conquanto divido o coração,
A ti só eu o dou completamente
Quantas reminiscências...
Deus é bom, infinitamente bom.
Diniz Nazareth (s/d).
COLEÇÃO LUIZ ANTONIO DE ALMEIDA. Rio de Janeiro;
