Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
VASCO LOURENÇO & CAROLINA AUGUSTA (1860)
VASCO LOURENÇO & CAROLINA AUGUSTA (1860)
Nesse ano, na Igreja (ou Capela) de Sant’Anna, casaram-se os pais de Ernesto Nazareth: Vasco Lourenço da Silva Nazareth e Carolina Augusta Pereira da Cunha, que passou a assinar da Cunha Nazareth, depois de casada.
Da família da jovem noiva, nascida em 24 de agosto de 1842 e batizada no mesmo ano, aos 11 de dezembro, sabe-se pouca coisa. Era filha de Antonio Augusto Pereira da Cunha e Carolina Augusta Soares; tendo, ainda, dois irmãos, Ludovina Augusta Pereira da Cunha, a “Vevelha”, casada, ou por se casar, com pessoa da qual se conhece unicamente o sobrenome, Almeida, e com quem não chegou a ter filhos, e Júlio Augusto Pereira da Cunha, casado, ou por se casar, com Feliciana, de quem se sabe unicamente o prenome e que lhe daria dois filhos: José, o “Zezé”, e Lília.
Antonio Augusto foi morador do Morro do Nheco, nº 7, até 1860, quando se mudou com a família para a Praia do Sacco do Alferes, nas imediações. Em 1844, encontra-se o pai de Carolina Augusta trabalhando como agente dos trapiches do Vallongo e da Pedra do Sal. Vinte anos depois, portanto, em 1864, acha-se na função de agente do Trapiche do Maia e fiscal do Trapiche do Pinheiro (1865). E em 1872, exerce ainda, a função de agente e também a de fiscal do mesmo Trapiche do Maia.
Acredita-se que Antonio Augusto seja descedente do Visconde e Marquês de Inbambupe, o baiano Antonio Luiz Pereira da Cunha. Mas como o nobre deixou prole numerosa, identificar o ramo exato que confirme esta história exige uma pesquisa demorada. Mas, em 1849, encontramos o pai de Carolina Augusta como agente do Trapiche do Vallongo e, também, Inspetor de Quarteirão de Sant’Anna, que era uma espécie de autoridade policial, escolhida pela população daquela localidade e que não recebia salário. Daí a necessidade de se ter no cargo uma pessoa de respeito e posses.
Gilson Nazareth
NAZARETH, Gilson (Caldwell do Coutto). Entrevista concedida ao autor. RJ, 10 de abril de 2007;
Carolina Augusta era moça muito prendada e religiosa, resumindo, em si, tudo o que se podia esperar de uma “sinhazinha” de boa cepa, complementando ainda mais seus atributos com esmerada instrução e domínio do piano.
Quanto ao noivo, Vasco Lourenço, então com a idade de vinte e dois anos, podemos dizer que, além do sobrenome respeitado, possuía excelente saúde e aparência irrepreensível; era honesto, trabalhador, mas de poucos recursos.
Temos que observar que é plausível o fato de que Vasco Lourenço tenha conhecido Carolina Augusta assim que passou a trabalhar na Alfândega. O pai dela, como já se sabe, era antigo funcionário da Alfândega e deve ter sido o responsável pela aproximação entre os dois, mesmo que involuntariamente. Eles, então, se gostaram, casaram e foram morar no Morro do Nheco, onde Carolina Augusta já havia morado com seus pais.
Gilson Nazareth
NAZARETH, Gilson (Caldwell do Coutto). Entrevista concedida ao autor. RJ, 10 de abril de 2007;