Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
EULINA QUER PROCESSAR A COLÔNIA (1934)
EULINA QUER PROCESSAR A COLÔNIA (1934)
Revoltada pela forma trágica com a qual perdeu seu pai, vítima da neglicência daqueles que tinham a responsabilidade de lhe proteger a integridade física, Eulina resolveu processar a Colônia Juliano Moreira, tendo, inclusive, estipulado indenização de aproximadamente um milhão de contos de réis.
E, então, ela (Eulina) moveu uma ação contra o administrador e o diretor, e queria muitos milhões de indenização. E o diretor ía tirar dinheiro de onde?...
Eu, até, ía embarcar... Eu me casei (17 de março de 1934) e ía embarcar para Porto Alegre, tinha passagem, tinha tudo. E antes de embarcar tive que ir na Polícia Central, lá embaixo, onde estava ocorrendo o inquérito, para fazer declarações. E fui... Tive até quase o dia inteiro lá. Eu fui de manhã, 11 horas, e saí de lá cinco e tanto... Mas eles queriam apertar era o Almeida. “ - Por que (perguntaram a Bento) ele deu o homem para o senhor cuidar?...” Ora, deu porque eu era de confiança. “ - O senhor não é parente dele?...” Achavam que eu era parente, que o sujeito me deu porque eu era parente dele, por protecionismo (sic). E quando eu saí de lá, disse pro delegado: - Vou viajar pra Porto Alegre e vou deixar o endereço pra onde eu vou, se houver necessidade... “ - Se houver necessidade, eu telegrafo e o senhor vem. Pode até procurar, na polícia de lá, a passagem, se não tiver recurso.” Não, eu venho, pode deixar que eu venho. E fui embora... E o negócio acabou ficando por aí...
Bento d’Ávila
ÁVILA, Bento Manuel Moreira de. Entrevista concedida ao autor. RJ, 1979;