Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
FEITIÇO NÃO MATA
FEITIÇO NÃO MATA
Por volta de 1929, pela Casa Carlos Wehrs & Cia., saiu a primeira edição da cançoneta, publicada como “chorinho carioca”, Feitiço não mata (Ch. nº C.5009 W.), com letra de Ary Kerner e dedicada ao cançonetista e imitador Edmundo André que, entre 1904 e 1912, deixou algumas gravações em discos da Casa Edison (Odeon). Quanto à expressão “amiguinho”, encontrada na dedicatória, me passa, a princípio, a impressão de referir-se a alguém bastante jovem, criança até. Mas levando-se em conta o ano daquelas gravações, mais o fato de Ary Kerner Veiga de Castro (1906/1963) só ter despontado como compositor e letrista a partir de 1929, Edmundo André certamente já seria um homem maduro quando da edição de Feitiço não mata. Pode ser, inclusive, que a música, sem letra, seja realmente da primeira década do século XX, mas publicada, com letra, somente no final dos anos 1920.
FEITIÇO NÃO MATA - LETRA
I Parte
Teu olhar feiticeiro
Tem mandinga meu bem!
Ninguém pode dizer
O que é que ele tem...
Ai... que olhar tão sedutor
Ai... tem um filtro que atrai o amor...
Teu feitiço me maltrata
Mas que importa? - Feitiço não mata...
II Parte
Quem me dera, querida
Ser também feiticeiro (bis)
Para o teu coração
Fazer meu prisioneiro
I Parte
Teu olhar feiticeiro
Tem mandinga meu bem!
Ninguém pode dizer
O que é que ele tem...
Teu feitiço me maltrata
Mas que importa? - Feitiço não mata...
Teu feitiço me maltrata
Mas que importa? - Feitiço não mata!