Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
O RECITAL QUE NÃO HOUVE (1933)
O RECITAL QUE NÃO HOUVE (1933)
Na companhia de seu enfermeiro Bento, segundo o próprio me informou, tinha o pianista liberdade para sair da Colônia quase que dia sim, dia não. E foi a partir de uma dessas idas ao centro da cidade, que Ernesto viu-se protagonizando o seguinte episódio:
Tenho certeza absoluta que isso aconteceu em 1933. Eu regressei ao Rio de Janeiro, vindo de Fortaleza, em março daquele ano. Vim prestar meus exames para o Instituto Nacional de Música, depois Escola de Música da UFRJ. Se ele já estava internado ou não, eu não sei. Só sei que foi marcado um outro recital de Ernesto Nazareth no Studio Nicolas. Não pude comparecer ao do ano anterior, exatamente, por me encontrar no Ceará. Daquela vez, porém, eu até já havia comprado o ingresso. Mas qual não foi a minha surpresa quando li no jornal o cancelamento do recital. E no jornal ainda estava escrito que o dinheiro dos ingressos seria devolvido; não explicando a razão do cancelamento.
Aloysio de Alencar Pinto
ALENCAR PINTO, Aloysio de. Entrevista concedida ao autor, por telefone. RJ, 8 de agosto de 2001;
A idéia desse recital pode, inclusive, ter partido do próprio Nazareth. E acreditamos, ainda, que Nicolas Alagemovits, mesmo desconfiando do comportamento do músico, mas desconhecendo o seu verdadeiro estado de saúde, não somente concordou como possivelmente achou, com a melhor das intenções, que isso pudesse trazer ao veterano artista algum benefício emocional.