Ernesto Nazareth - Vida e Obra - por Luiz Antonio de Almeida
CACHOEIRA DOS CIGANOS
CACHOEIRA DOS CIGANOS
Segundo os documentos absolutamente fidedignos que sempre alicerçaram minha pesquisa mais os depoimentos prestados por pessoas que, de algum modo, estiveram com o compositor ou conheceram de perto o cenário de sua morte, espero, de uma vez por todas, por um ponto final nessa história identificar a Cachoeira dos Ciganos como sendo o local onde teria se afogado Ernesto Nazareth. Essa cachoeira fica a 10 quilômetros da Colônia Juliano Moreira, em uma floresta (hoje reserva) próxima a subida da estrada Grajaú-Jacarepaguá que, por sinal, nem existia à época do falecimento do compositor.
A NOTA
O MAESTRO NAZARETH
Eu pensava que o maestro Nazareth tinha morrido ha muito tempo. A noticia de sua morte tragica, depois de sua fuga da Colonia de Psicopatas de Jacarepagua, veiu mostrar que Ernesto Nazareth era um dêsses mortos vivos que passam anos e anos no esqueciment, depois de uma celebridade efemera.
A vida (...)
E finalmente, a fuga e o suicídio. A morte que ele procurou, ainda talvez com uns requintes de beleza, nas águas tumultuosas de uma cascata... Águas tumultuosas como a sua imaginação de artista que sonhou a vida boa como a música, mas que teve que se vir despedaçar entre as pedras de uma realidade triste que o encheu de humilhações, e que só lhe deu a evasão da loucura e o alívio final da morte...
JORNAL DO BRASIL. Rio de Janeiro, 7 de fevereiro de 1934;